‘Acredito que movimento tem outras formas de luta’, diz Padilha sobre invasões
O ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, criticou a nova onda de invasões do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) que atingiram áreas produtivas e até uma fazenda da Embrapa. Segundo Padilha, o movimento tem outras formas de luta que podem apresentar mais resultados.
“Eu já disse: discordo de qualquer tipo de invasão de áreas produtivas, sobretudo de áreas que estão desenvolvendo pesquisas, como forma de luta. Acredito que o movimento tem outras formas de luta que podem conquistar ainda mais a sociedade para uma causa tão importante que é a reforma agrária”, afirmou.
O MST tem em diversas partes do País durante todo o mês acampamentos em massa no campo, inclusive em áreas de empresas, como a Suzano Papel e Celulose e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa Semiárido). As ações integram o que tem sido chamado pelos membros do movimento de “Abril Vermelho”.
O MST invadiu no domingo uma área de preservação ambiental e de pesquisas genéticas da Embrapa em Pernambuco. A empresa pertence ao governo federal. Questionado se a gestão Lula passaria a atuar de maneira mais incisiva e ampliaria as negociações pela pacificação no campo, Padilha disse que os Ministérios responsáveis pela reforma agrária já estão mediando soluções desde o início do governo.
“O Ministério do Desenvolvimento Agrário está desde o começo dialogando com a agricultura familiar e os movimentos que estão na área rural para construir junto um programa de fortalecimento de assentamentos”, disse.
Na última quinta-feira, 20, os líderes do MST foram recebidos pelo ministro da Fazenda,Fernando Haddad (PT), e ainda foram atendidos pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), que abandonou um evento em Londres a mando de Lula para resolver a crise. O movimento, porém, ampliou a lista de exigências ao governo.
Agora, o MST quer a nomeação de mais sete superintendentes do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a instalação de uma mesa de negociação com a participação do governo federal para deixar terras invadidas da Suzano, além de cobrar de Haddad mais verbas públicas para a compra de terras destinadas à desapropriação. De acordo com o MST, os recursos são insuficientes para atender às necessidades da reforma agrária.