• Acre aluga ‘residência oficial’ de luxo para vice-governadora a R$ 15 mil mensais sem licitação

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  • 03/jun 13:22
    Por Fausto Macedo e Rayssa Motta / Estadão

    Em meio às suspeitas que atribuem ao governador Gladson Cameli ligação com suposto esquema de propinas e lavagem de dinheiro, o Acre fechou contrato de locação – sem licitação – de um imóvel de alto padrão destinado à residência oficial da vice-governadora Mailza Assis da Silva (PP) ao custo de R$ 180 mil pelo período de um ano. O aluguel mensal ficará em R$ 15 mil aos cofres públicos.

    O Estadão vem pedindo manifestação do governo do Acre desde quinta-feira, 29. Foram enviadas mensagens de WhatsApp à assessoria de Gladson e ao Pastor Henrique, do gabinete de Mailza. O espaço está aberto.

    O contrato tem vigência de 12 meses, com início a partir da entrega do imóvel, podendo ser prorrogado por sucessivos períodos mediante Termo Aditivo.

    O imóvel fica localizado na Alameda das Azaleias, condomínio Ecoville, bairro Floresta Sul, em Rio Branco. O empreendimento, situado ao lado do Via Verde Shopping, oferece a seus moradores uma estrutura de requintes, incluindo academia, quadras esportivas, piscina, salão de festas, churrasqueira e espaço gourmet.

    A “residência oficial” para Mailza foi alugada do empresário Alessio Rainier Araújo Marques, associado a uma construtora. O Estadão busca contato com Aléssio. O espaço está aberto.

    Segundo publicação no Diário Oficial de 23 de maio, o contrato foi assinado sob critério da inexigibilidade de licitação – modelo segundo o qual a administração faz contratação direta sob alegação de que o certame não é viável ou nem se faz necessário dado o objeto do negócio ou pelo fato de haver um único fornecedor que atenda o “interesse público”.

    “A despesa será custeada por conta de recursos específicos consignados no Programa de Trabalho”, informa o contrato. Os recursos utilizados para a casa de Mailza estão vinculados à dotação orçamentária.

    Segundo o Palácio Rio Branco, sede do Executivo estadual, o programa abrange “Acre mais produtivo” – para “fortalecer a agricultura familiar e promover a agroprodução sustentável, além de iniciativas de geração de empregos e, ainda, o ‘Não se cale’ que combate assédio no ambiente de trabalho.”

    O Acre atravessa uma grave crise política, entre denúncias que atingem o governador por suposto recebimento de propinas em sua gestão. Ele é réu em ação criminal em curso no Superior Tribunal de Justiça.

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