• Ações avançam com sinais de recuperação do mercado, mas analistas indicam cautela

  • 21/08/2022 13:00
    Por Estadão

    Impulsos mais amplos do mercado de ações têm indicado que o rali está menos vulnerável a uma desaceleração, mas analistas ainda questionam o nível de saúde da economia global. “Não acho que possamos dizer, com alguma confiança, que o menor patamar de junho foi realmente o início de um novo mercado altista”, afirmou o estrategista-chefe de investimentos da Charles Schwab Corp, Liz Ann Sonders.

    Em meados de junho, o índice S&P 500 subiu 15% em relação à baixa de 2022 e dezenas de ações estabeleceram, na semana passada, em seu maior patamar das últimas 52 semanas. A parcela de participação das ações do S&P 500 fechando acima de suas médias móveis dos últimos 50 dias subiu, no início deste mês, para 93% – o nível mais alto desde o verão de 2020 – o que também é visto como um sinal favorável. O indicador manteve-se acima de 90% na maior parte da semana passada, de acordo com FactSet e Dow Jones.

    Apesar da recente alta, o S&P 500 caiu 11% em 2022 e algumas das maiores ações do mercado cederam ainda mais. A Alphabet, controladora do Google, recuou 19%, a Amazon.com 17% e a Tesla 16%. “Francamente, achamos que o mercado se adiantou um pouco no curto prazo e precisa digerir esses ganhos”, disse o estrategista-chefe de ações da LPL Financial, Jeff Buchbinder.

    Os investidores ainda colocam como um ponto de atenção a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de aumentar as taxas de juros para reduzir a inflação. “Em um ambiente em que o Fed ainda terá que ser um pouco agressivo para controlar a inflação, será difícil estabelecer e sustentar novos patamares máximos”, disse o diretor de investimentos do Cornerstone Wealth Group, Cliff Hodge. Os lucros corporativos também devem desacelerar, no segundo semestre, à medida que os temores de recessão se aproximam.

    Alguns investidores afirmam, em contrapartida, que o S&P 500 está sendo negociado a 18,6 vezes seu lucro nos próximos 12 meses. O patamar é acima dos 15,3 de meados de junho, mas abaixo dos cerca de 21 no final do ano passado, segundo a FactSet. “De uma perspectiva de curto prazo, você pode considerar a leitura como sendo bastante sobrecomprada”, disse a fundadora da Fairlead Strategies, Katie Stockton.

    Na próxima semana, os investidores vão olhar para os relatórios de lucros de empresas para buscar pistas sobre a saúde da economia. Eles também assistirão à divulgação do índice de preços das despesas de consumo pessoal e ao discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, na conferência anual global de bancos centrais em Jackson Hole, Wyoming, em 26 de agosto. Fonte: Dow Jones Newswires.

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