• Aceitar conselhos, que perigo!

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  • 14/02/2017 13:25

    Betinho, rapaz trabalhador, chefe de família, assumiu a responsabilidade, juntamente à esposa, da criação e educação dos três filhos que o casal fez “ganhar”, já que tão esperados e que acabaram por encher de contentamento o lar dos pais.

    Santinha, a esposa, seguindo os passos do marido, acumulando duplas atribuições, a de cuidar do lar e de ver assegurado o emprego, faxineira almejada por muitos, ante a maneira caprichosa de exercer seus encargos, correta e perfeita no desempenho dos mesmos.

    O dinheiro ganho pela esposa sempre adicionado ao salário do marido, com a finalidade do sustento da família.

    E assim Betinho e Santinha iam vivendo, às vezes passando por momentos de apertos financeiros, porém desfrutando no âmago da família ambiente fraterno, de compreensão, amizade e, sobretudo, de total atenção à garotada.

    Contudo, Betinho, sempre mais inocente e de personalidade não tão marcante e forte como da esposa.

    Deixava-se levar, entretanto, vez por outra, por conselhos recebidos por parte de “amigos” não tão confiáveis, os chamados “mui amigos”, ou como muitos os apelidam, “amigos da onça”.

    As dificuldades financeiras, entretanto, começaram a ocorrer, com maior frequência, à porta do lar do casal, onde se instalaram.

    Santinha, todavia, não se abalava, muito ao contrário, procurava aumentar o número de faxinas, embora esgotando-se fisicamente para alcançar tal intento.

    Betinho, contudo, “na calada da noite”, decidiu seguir por outros caminhos, pena que tortuosos.

    Exatamente, por ouvir conselhos de pessoa não confiável, acabou por ingressar no campo da “jogatina”.

    E assim foi, ganhava em certos momentos, porém perdendo na maioria das vezes.

    Contudo, numa “jogada de sorte”, conseguiu amealhar uma “bolada”, entretanto, nada relatando à esposa, a qual já se dava por cansada de ouvi-lo através do “perde e ganha”.

    Foi, justamente, aí, por intermédio do “amigo”, também jogador, e esse lhe induziu com o seguinte conselho: “você acaba de ganhar uma boa “grana”; jogue todo o dinheiro; está com sorte, o período é próprio para você.

    Betinho, de plano, sem consultar a quem quer que fosse, seguiu o conselho do “vidente” e arriscou a “grana” que havia ganhado.

    Em busca do resultado, a surpresa: a sorte lhe traíra e o conselho do “amigo urso” lhe causado grande decepção, já que perdera todo o dinheiro que havia amealhado.

    O ocorrido me foi relatado e não vou faltar com a verdade, eis que tive dó com relação a Betinho; porém, não pude deixar de recordar o poeta quando escreveu:

    “Veja com quem se aconselha, / nunca se deixe envolver,

    pois dizem que “má ovelha” / põe um rebanho a perder”.

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