• Ação de Graças!

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  • 30/06/2021 08:00
    Por Fernando Costa

    Dois de julho, setenta e duas primaveras por mim vividas, não por meus méritos, mas, por obra e graça da Providência Divina. Representa e simboliza. A vida não me pertence. É um dom de Deus. Ele põe e dispõe quando bem entender. Tantos lutam por minutos ou dias. Eu não deveria me prostrar em ação de graças?

    Só para terem uma ideia quando eu fiz quatro anos fui gravemente acidentado em virtude de um atropelamento de automóvel. Sobrevivi. Outra vez sofri uma queda de um cavalo que me arremessou a uma pedra tendo ocasionado grave lesão em minha coluna dorsal cujas consequências são sofridas até hoje.

    No entanto, resisti. Estou aqui para contar histórias. Aprendi que a vida não é feita somente de flores, no entanto crescemos nesse aprendizado diário. Quando somos crianças nossos pais se preocupam se estamos agasalhados, se o banho foi tomado corretamente, vigiam nossas notas a que passemos de ano sem direito a uma gripe ou sonolência porque precisam estar alertas em prol de nossa saúde e segurança.

    Direcionaram-me ao caminho reto, ao bem, ao justo e aos princípios éticos, morais e religiosos. Nasci no dia da independência da Bahia e Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Sou natural de Três Rios e era sábado às 10 horas em pleno sol e céu azul. Mamãe me confiou a Nossa Senhora e a Santo Antônio. Fui levado a Pia Batismal por meus padrinhos Maria José e José Zainotti em 27 de novembro de 1949 aos quatro meses de idade. Dia de Nossa Senhora das Graças. 

    Gosto de celebrar meu aniversário.  Nesse dia não saio de casa e nem abro mãos da Santa missa. Ao contrário de pensar no declínio, entremeado pela calvície e famosas rugas de expressão e o prateado dos cabelos, bom mesmo é celebrar.

    Esta etapa da vida não causa dissabor, nem pode servir de argumento para significar baixo astral ou prognóstico sombrio. Não há que se pensar que doravante nos resta  a morte, porque ela  só existe para aquilo que não é eterno. Estou aqui para falar de vida e vida plena.

    Em minha infância, quando uma pessoa chegava aos cinquenta anos era considerada idosa e sinônimo de senilidade. As senhoras usavam coques e solidéus. Deixavam os cabelos embranquecer, nada de maquilagem e os vestidos eram longos até os pés. Os homens usavam chapéus, bengala, relógios com trancelim, fartos bigodes e barba. Hoje não; estamos a fazer planos de viagens, aprimoramento cultural, trabalhos profissionais e benemerentes. Nada de isolamento.

    A família precisa estar unida na alegria, tristeza, diálogo, na sala de jantar ou na cozinha como antigamente. O lema é dizer não à solidão.

    Exercitemo-nos, não deixemos os neurônios acéfalos. A vida não pode ser medida pela idade, mas sim pela intensidade que a vivemos. Sou filho de família de doze irmãos. Meus pais Eliza e Waldemiro Rodrigues da Costa descansam no Senhor e deixaram a maior fortuna que se pode partilhar: amor, fé, perseverança e honradez.

    Dessa geração há netos, bisnetos e trinetos: Gabriel, Geovana, Hunam Rafael e Antônio. Estou ciente de que ao falecer passarei por mais um aprendizado: ser conduzido à presença do Altíssimo, para a prestação de contas.

    A família está criada, e encaminhada para a vida. Obrigado Petrópolis por haver me acolhido desde 1968, pelos cinquenta e três anos da formatura de Contador e quarenta e oito anos nas lides do Direito compartilhados no Escritório Drs. Costa e Barbosa Advogados integrado por Célio, Elizabeth, Carla e Ana Luzia, fiéis escudeiros. Ação de Graças pela credibilidade conquistada.

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