• Ação de Graças

  • 30/06/2018 11:29

    Estou a completar vinte e cinco mil, cento e oitenta e cinco dias de vida por obra e graça da Providência Divina. Ela é um dom de Deus, portanto, ele põe e dispõe quando bem entender. Tantos lutam por minutos ou alguns dias e eu não deveria me prostrar em ação de graças? Só para terem uma ideia quando tinha quatro anos fui gravemente acidentado em virtude de um atropelamento de automóvel. Sobrevivi. Outra vez sofri uma queda de um cavalo que me arremessou a uma pedra tendo ocasionado grave lesão em minha coluna dorsal cujas consequências são sofridas até hoje.

    No entanto, aqui estou para contar histórias. Aprendi que a vida não é feita somente de flores. Crescemos nesse tirocínio diário. Quando somos crianças nossos pais se preocupam se estamos agasalhados, se o banho foi tomado corretamente, se escovamos os dentes, vigiam nossas notas a que passemos de ano. Precisam estar alertas a nossa saúde e segurança. Desde tenra idade eles nos direcionam ao caminho reto, ao bem, ao justo na essência dos princípios éticos, morais e religiosos. 

    Dois de julho. Meu dia de fundação, a independência da Bahia e a Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Nossa! Estou a completar 69 primaveras. Nasci em Três Rios-RJ, num sábado, às 10 horas. O dia estava ensolarado e o céu azul, palavras tantas vezes repetidas por minha mãe que me confiou a Nossa Senhora e a Santo Antônio. Fui levado a Pia Batismal por meus padrinhos Maria José e José Zainotti aos 27-11-49. Dia de Nossa Senhora das Graças.

    Gosto de celebrar meu aniversário. Uns omitem. Eu não. Nesse dia nem saio de casa. Não me preocupo com festa, só não abro mãos da Santa missa. Ao contrário de pensar no declínio, entremeado pela calvície e famosas rugas de expressão, o prateado dos cabelos, bom mesmo é celebrar. É gostoso completar 69 anos. E nada disso causa dissabor, nem pode servir de argumento para significar baixo-astral ou prognóstico sombrio, nem há que se pensar que doravante  nos resta a morte, até porque para princípio de conversa, morte só existe para aquilo que não é eterno.

    Estou aqui para falar de vida e vida plena. Em minha infância, quando uma pessoa chegava aos 50 anos já era considerada idosa. Era sinônimo de senilidade. Se eram Senhoras os coques sob solidéus, cabelos brancos, ausência de maquilagem, vestido longo até os pés, trajes sóbrios, no máximo aqueles estampados de florzinha ou negros fechados. Os homens usavam chapéus, bengala, relógios com trancelim, fartos bigodes e barba. Hoje não.

    A esta altura da vida estamos a fazer planos de viagens, aprimoramento cultural, trabalhos profissionais e benemerentes, projetos… Nada de transformar a vida em isolamento tendo como companhia uma TV, é certo que ela evoluiu muito, é inegável o avanço tecnológico das comunicações, mas não podemos nos acomodar, nem ficarmos à mercê do computador. Juntemo-nos, a família precisa estar unida, na alegria, na tristeza, no diálogo, na sala de jantar ou na cozinha como antigamente. Não nos confinemos na solidão só porque atingimos a terceira idade. 

    Precisamos nos exercitar, não deixemos os neurônios acéfalos, não nos acomodemos. A vida não pode ser medida pela idade, mas sim pela intensidade que a vivemos. Sou filho de família numerosa, 12 irmãos, nascidos da união de meus pais Eliza e Waldemiro Rodrigues da Costa, que lhes deram muitos netos e até três belos trinetos. Glória a Deus e a doce Mãe dos Céus pelos 25.185 dias de vida e bênçãos.

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