• Abrigão da Floriano Peixoto ainda não tem data para ser inaugurado

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • Enquanto isso, ainda há pessoas vivendo em abrigos “temporários” espalhados na cidade

    08/06/2022 12:33
    Por João Vitor Brum

    *Matéria atualizada às 14h06 para inclusão de informações.

    Na próxima semana, a tragédia de fevereiro completa quatro meses, mas ainda há famílias vivendo como se a chuva tivesse acabado de acontecer, em abrigos “temporários” e sem previsão de terem uma rotina próxima à normalidade. Sem um dado consolidado até hoje sobre quantas famílias deixaram suas casas após as chuvas e sem uma previsão para que o “abrigão” da Floriano Peixoto comece a receber desabrigados, três meses após o anúncio da compra do imóvel.

    No dia 23 de maio, a Prefeitura informou, em nota, que 57 pessoas ainda estavam vivendo em quatro abrigos da cidade, no Sítio São Luiz, Igreja Redenção, Castelo São Manoel e Casa do Padre. Nesta terça-feira, 07, a Prefeitura informou que 29 pessoas estão hoje em 2 abrigos (Casa do Padre e Sítio São Luiz).

    Ainda de acordo com o município, as famílias recebem assistência integral nos abrigos, com alimentação, atendimentos psicossociais, auxílio na procura de casas para alugar pelo programa do aluguel social, entre outras assistências. A Secretaria disse também que equipes da Secretaria de Assistência Social estão 24 horas por dia nesses abrigos.

    Mas nem tudo funcionou perfeitamente nos abrigos desde a chuva de fevereiro. Em vistoria realizada pelo Ministério Público e pela 4ª Vara Cível no início de maio, foi constatado que 51 desabrigados, que estavam no abrigo Sítio São Luiz (mantido pela Prefeitura), não estavam recebendo alimentação adequada. Segundo o MPRJ, faltavam legumes, proteínas e verduras no local.

    Enquanto isso, ainda não há uma previsão concreta para que o “abrigão” da Floriano Peixoto comece a funcionar. O espaço, um prédio com 32 unidades (sendo 20 kitnets e 12 apartamentos), teve a compra anunciada pela Prefeitura no dia 15 de março, pelo valor de R$ 3,5 milhões, mas o pagamento do imóvel só aconteceu dois meses depois, no dia 16 de maio, após a 4ª Vara Cível ordenar o pagamento.

    O assunto foi parar na justiça pois o imóvel estava em processo de inventário, o que impediria a conclusão da transação – fato não informado pela Prefeitura à imprensa ou à Câmara Municipal quando o anúncio foi feito. Os R$ 3,5 milhões referentes ao imóvel são provenientes dos R$ 30 milhões enviados pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro após a chuva de fevereiro.

    Segundo a Secretaria de Assistência Social informou na época, o imóvel seria usado para assistir famílias atingidas pelas chuvas e depois funcionaria como um lar temporário, mas quase três meses após o primeiro anúncio, pouco parece ter sido feito para que o espaço comece a atender efetivamente a população.

    Em relação ao prédio da Rua Floriano Peixoto, a secretaria informou que o imóvel vem passando por adequações nas suas instalações. Além disso, a secretaria disse que vem construindo um regramento de uso interno para a unidade.

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