• Abel recupera Palmeiras no Brasileirão e quer aproveitar crise do Grêmio

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  • 31/10/2021 07:00
    Por Ricardo Magatti / Estadão

    Quando foi apresentado na Academia de Futebol em novembro de 2020, Abel Ferreira avisou que não havia cruzado o Oceano Atlântico à toa e que não tinha vindo ao Brasil para passar férias. Completou-se um ano neste sábado, 30, desde que seu nome foi confirmado no Palmeiras. Neste período, o treinador português de fato trabalhou muito, ganhou dois títulos importantes e em breve disputará a sua sexta final, a segunda de Copa Libertadores. Antes disso, ele quer ampliar a boa fase no Brasileirão e manter a equipe entre os primeiros colocados. O adversário deste domingo, às 16h, é o pressionado e vice-lanterna Grêmio, em Porto Alegre, pela 29ª rodada.

    O português é o segundo técnico mais longevo do futebol brasileiro. Só está atrás de Maurício Barbieri, comandante do Red Bull Bragantino desde setembro de 2020. A escolha do Palmeiras por ele e dele pelo clube foi acertada, na sua avaliação.

    “Eu gosto de fazer o balanço só no final da temporada. O Palmeiras entrou no quadro daquilo que entendo que era o estágio normal de um treinador que tem ambição, ideia, sabe o que quer e onde quer chegar. Um treinador que para ganhar títulos só pode treinar clubes da dimensão do Palmeiras. Foi uma escolha acertada do clube e do treinador”, opinou. “E agora será um dia de cada vez, é assim que vivo a minha vida. No final faremos o balanço e decidiremos o que é melhor para todas as partes.”

    Uma das principais revelações de uma geração de jovens técnicos portugueses, Abel, natural da cidade de Penafiel, tem 86 jogos no comando do Palmeiras. São 46 vitórias, 17 empates e 23 derrotas. Ele foi o primeiro técnico estrangeiro a levantar um troféu pelo Palmeiras desde o argentino Filpo Nuñez, em 1965.

    Abel é dedicado, estudioso, inquieto, exigente e, sobretudo, intenso. Seu discurso é direto e eloquente. Ele já fez críticas públicas à diretoria pela ausência de reforços nesta temporada e também não se furtou de questionar a torcida que apoia a equipe nos momentos bons, os “torcedores das vitórias”, como ele definiu. Além disso, não se omite quando entende ser necessário criticar os responsáveis pelo calendário do futebol brasileiro.

    Em um ano, o jovem treinador já viveu quase tudo no Palmeiras. Ele resgatou o moral de uma equipe abalada quando assumiu para suceder Vanderlei Luxemburgo e a conduziu aos títulos da Copa do Brasil e da Libertadores. Depois passou um período de turbulência, com a campanha ruim no Mundial e três vice-campeonatos no início da temporada, além da eliminação surpreendente para o CRB na Copa do Brasil. Mas novamente reergueu o time, que chegou a mais uma final de Libertadores.

    Nas últimas semanas, Abel vinha sofrendo críticas diante da série de sete jogos sem vitória. Sob o seu comando, o Palmeiras de novo mostrou força e reagiu ao emplacar três vitórias seguidas sobre Internacional, Ceará e Sport e retomar seu lugar entre os primeiros colocados do Brasileirão. São 49 pontos somados. A distância do líder Atlético-MG, no entanto, é grande.

    O desempenho, sobretudo, melhorou. Abel viu seus comandados aumentarem a produção ofensiva e finalizarem 36 vezes na vitória por 2 a 1 sobre o Sport, um recorde neste Brasileirão. A ideia, agora, é aproveitar a crise no Grêmio para engatar mais um triunfo no campeonato nacional, que é o foco do time neste momento. Daqui a alguns dias, porém, a prioridade será a final da Libertadores em Montevidéu contra o Flamengo.

    A escalação em Porto Alegre será a mesma ou muito semelhante à que enfrentou os pernambucanos. A dúvida mora no meio-campo. Zé Rafael retorna após cumprir suspensão e disputa vaga com Danilo. O jovem foi titular na última partida, mas só atuou na primeira etapa. Gustavo Scarpa entrou em seu lugar e mudou o rumo do duelo. O meio-campista é o maior “garçom” entre todos os times da Série A e pede passagem entre os titulares. Gabriel Menino está recuperado de entorse e deve voltar a ser relacionado.

    SEQUÊNCIA DECISIVA – Penúltimo colocado, com 26 pontos em 26 jogos, o Grêmio segue a sua sina para tentar deixar a zona de rebaixamento. Substituto de Felipão, Vagner Mancini foi contratado com a missão de salvar o clube de mais uma queda. Na sua estreia, o time gaúcho venceu o Juventude em casa, mas na partida seguinte foi derrotado pelo Atlético-GO em Goiânia.

    O Grêmio se prepara para uma sequência dificílima no torneio nacional. Depois do Palmeiras, a equipe enfrenta na quarta-feira o líder Atlético-MG, em jogo atrasado, e o arquirrival Inter, no sábado. Os dois duelos serão fora de casa. O elenco espera que a convocação do jovem goleiro Gabriel Chapecó para a seleção brasileira seja um prenúncio de que dias melhores virão.

    “A gente se cobra muito. A partir do momento em que você ajusta os erros da equipe, individuais, colabora com o emocional porque gera confiança. Todos estamos convictos que estamos no caminho certo”, disse Mancini.

    Ele fez testes durante a semana e deve escalar novidades. Certo é que não há dúvidas na linha defensiva. Geromel retorna à zaga e Cortez retoma seu lugar na lateral esquerda. Rafinha, que vinha jogando improvisado por ali, está suspenso, bem como Paulo Miranda, Ferreira, Luiz Fernando e Borja. O centroavante colombiano já não poderia jogar pois pertence ao Palmeiras.

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