• Abel mostra duas faces após discussão e conciliação com Calleri no clássico: ‘Aquilo sou eu’

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  • 11/06/2023 19:41
    Por Ricardo Magatti / Estadão

    Costumeiramente explosivo na beira do gramado, Abel Ferreira discutiu rispidamente com Calleri, do São Paulo, no primeiro tempo do Choque-Rei deste domingo, no Morumbi. A discussão rendeu ao técnico um cartão amarelo. Terminado o clássico, vencido pelo Palmeiras por 2 a 0, o treinador português e o atacante argentino deixaram o gramado abraçados e em harmonia.

    O traço competitivo mostrado no momento em que se exaltou com Calleri e a faceta pacífica exibida ao final da partida, quando abraçou o argentino e selou a paz, definem com exatidão a personalidade do treinador, segundo ele próprio. O português comentou sobre o assunto depois de ver as duas antagônicas imagens.

    “Se vocês quiserem saber o que é o Abel profissional, o Abel treinador, é tudo aquilo que viram na primeira imagem e na segunda imagem. Aquele sou eu”, definiu Abel na entrevista coletiva depois do clássico. “Competir, quando o ON está ligado. O outro sou eu quando o ON está desligado. Imagens perfeitas. Aquele sou eu”, reforçou.

    O português disse ter respeito e admiração por Calleri porque, como ele, o argentino “sempre briga por todas”. No lance, o treinador se exaltou porque entendeu ter havido falta do atacante são-paulino em Mayke. O árbitro Raphael Claus discordou ao não apontar a falta.

    “Foi uma situação que se passou lá no gramado. Quando erro, como todos nós, peço desculpas porque não sou mais que ninguém. Cometo meus erros, mas isso não me impede de melhorar”, afirmou o português.

    No comando do Palmeiras desde outubro de 2020, Abel é o técnico que mais leva cartões no futebol brasileiro. Neste domingo, ele foi advertido pela 51ª vez. São 43 amarelos e oito vermelhos. Ele se enerva quase que na mesma proporção que sua equipe vence jogos e títulos.

    No Brasileirão, o Palmeiras é o vice-líder e o único invicto. Com o triunfo sobre o São Paulo, passou a ter 22 pontos, dois a menos que o líder Botafogo, a quem persegue desde o início da competição. A regularidade e a competitividade são até maiores que as da edição passada, em que foi campeão.

    “A equipe é a minha cara”, afirmou Abel, orgulhoso de seus comandados. É a cara dos torcedores. Tem intensidade no jogo, divide as bolas, jogar para ganhar. Fazemos de tudo. Eu me vejo em tudo o que a equipe faz. Temos estratégias para tudo. A equipe sabe o que tem que fazer em campo, essa é a função do treinador, além de melhorá-los como homens e jogador”.

    O técnico terá tempo para descansar um pouco e ajustar o que acha necessário no time, uma vez que, em razão da Data Fifa, o Palmeiras volta a jogar apenas no dia 21 deste mês, uma quarta-feira, contra o Bahia, em Salvador, pela 11ª rodada do Brasileirão.

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