• A um dia de depor à PF, Bolsonaro devolve 3º kit de joias da Arábia Saudita

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  • 04/04/2023 15:26
    Por Weslley Galzo / Estadão

    A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) entregou à Caixa Econômica Federal nesta terça-feira, 4, o terceiro kit de joias presenteadas pelo regime da Arábia Saudita. A entrega do estojo com peças cravejadas de diamantes foi ordenada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

    Como revelou o Estadão, o terceiro conjunto de joias obtido por Bolsonaro sem declaração à Receita Federal foi guardado na fazenda do tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet, aliado do ex-presidente. As peças foram um presente para o então presidente e recebidas diretamente por ele quando visitou a Arábia Saudita em 2019.

    A devolução das joias foi informada pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) e atual assessor de Bolsonaro, Fábio Wajngarten, em sua conta oficial no Twitter. “A entrega reitera o compromisso da defesa do presidente Bolsonaro de devolver todos os presentes que o TCU solicitar, cumprindo a orientação do ex-mandatário do país, que sempre respeitou a legislação em vigor sobre o assunto”. escreveu Wajngarten.

    As peças incorporadas ilegalmente por Bolsonaro ao seu acervo pessoal estão avaliadas em R$ 500 mil. Faz parte do conjunto um relógio de pulso da marca Rolex, modelo Oyster Perpetual Day-Date; uma caneta roller ball da marca Chopard, de 14,5 cm, feita de ouro branco, com tampa cravejada de diamantes; um par de abotoaduras em ouro branco; um anel confeccionado em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro; um rosário árabe feito de ouro branco e com detalhes em diamante.

    A entrega do terceiro kit ocorreu às vésperas da data marcada para o depoimento de Bolsonaro à Polícia Federal (PF) no inquérito que trata da entrada ilegal de joias no Brasil.

    Documentos, áudios e mensagens obtidos pelo Estadão revelam que Bolsonaro atuou pessoalmente para tentar liberar o conjunto de joias e relógio de diamantes avaliado em 3 milhões de euros (cerca de R$ 16,5 milhões) trazidos ao Brasil de forma ilegal para ele e que, segundo seu próprio ex-ministro Bento Albuquerque, seria dado a Michelle Bolsonaro.

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