• ‘A Terra é redonda o tempo todo’, rebate Haddad, chamado de ‘negacionista’ por deputado do PL

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 22/maio 15:36
    Por Fernanda Trisotto, Giordanna Neves e Iander Porcella / Estadão

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu nesta quarta-feira, 22, uma acusação de que seria “negacionista” na economia afirmando que “a Terra é redonda o tempo todo”, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados para discutir a política econômica do País. A troca de farpas ocorreu com o deputado Abilio Brunini (PL-MT), que mencionou dados do governo para questionar se Haddad era um “negacionista da economia”.

    “Me chama de negacionista? Defendi a vacina o tempo todo, a Terra é redonda o tempo todo. Vocês negam que a Terra é redonda, vocês negam que a vacina previne. Negam que deram um calote em precatório, negam que deram calote em governador e eu que sou negacionista?”, respondeu o ministro.

    Brunini também questionou se Haddad preferia estar no Ministério da Cultura tocando Blackbird, música dos Beatles que o ministro já tocou em entrevista. Haddad respondeu que o bolsonarismo não gosta de cultura. Ao ser interpelado se o show da Madonna era cultura, o ministro replicou: “Se não gosta da Madonna, não vai ao show da Madonna. O senhor gosta de monocultura, nem todo mundo é obrigado a ter o mesmo gosto do senhor.”

    O deputado seguiu questionando sobre cortes no Orçamento. “Não teve corte, teve contingenciamento (na verdade, o governo fez um bloqueio), que pode ser liberado até o final do ano. Está respondido? Aguarde. Se chegar até o final do ano contingenciado, o senhor reclama. Se não chegar, o senhor pede desculpa. É assim que funciona a vida democrática”, afirmou.

    O deputado Kim Kataguiri (União-SP) também teve breve discussão com o ministro. Ele questionou Haddad sobre o posicionamento da Fazenda a respeito da isenção para compras internacionais de até US$ 50 dólares, “jabuti” incluído na medida provisória do Programa Mover.

    O ministro rebateu que há cobrança de ICMS, um imposto estadual, e questionou se Kataguiri criticaria os governadores, que instituíram a mudança, perguntando especificamente se o deputado mencionaria o nome de Tarcísio de Freitas, chefe do Executivo de São Paulo.

    Mais cedo, Haddad havia se confundido e atribuído a Kataguiri algumas declarações que foram feitas em resposta ao deputado Filipe Barros (PL-PR).

    Últimas