A razão de viver
Existem várias razões para nos aproximarmos da vida física outra vez, existem meios de nos chegarmos e empreender a cada encarnação uma nova declaração de vida em uma nova fase de existência, a buscarmos os procederes diversos, certos ou errados, mas aqueles que assentimos em vida espiritual.
Iremos percorrê-los a contento?
Iremos sempre vencer as vicissitudes e, também, acolher as reflexões espirituais daqueles que, a nosso lado, ficarão para nos orientar?
Muito difícil crermos em uma totalidade de vidas a serem, rigorosamente, servidas e vividas como foi projetado e planejado. Iremos, talvez, assistir a diversos desempenhos, alguns diversos esquemas traçados, porém, não tão bem vivenciados; iremos, também, certamente, observar a desilusão na vida terrena, a alusiva premonição daquilo que muitas almas anseiam e vêem e não conseguiram sustentar; iremos aprender a não avançar tanto, pois as agruras no plano físico são diversas e de difíceis resoluções; iremos, meus irmãos, assistir a singulares desempenhos, a verdadeiros malabarismos em vidas já sustentadas por firmes propostas e direcionamentos; iremos apreciar, entretanto, almas a se espalharem pela Terra, a se deslumbrarem com os perecíveis terrenos e se embrenhando nas funções e utilidades da matéria, esquecendo-se do que planejaram e a que se ofereceram, do que necessitavam e ansiavam; iremos apostar num apostolado e vê-lo minado e influenciado por germes das prostituições morais e inadimplências religiosas; iremos assistir às diversas razões para um viver ser complementado e não ser atendido; iremos pré-julgar, imbuídos em observações, mas iremos enganar-nos, pois as reações serão diversas. As engrenagens da vida física não funcionam como as planejamos em vida espiritual, a não ser que a criatura seja fortemente espiritualizada e moralmente firme, para não se deixar levar pelos paralelismos à sua própria busca e objetivos.
A tudo isto assistiremos, enquanto nos envolvermos nestas dissertações e nestes preâmbulos.
A vida é sementeira a ser observada e cuidada; ao menor sinal em contaminação, ao menor sinal de poluição, precisaremos reivindicar nossos ideais, os frutos e flores que queremos colher, pois o cuidado deverá ser frequente e interno: “Orai e Vigiai”, assim nos disse Jesus. Sempre e sempre precisaremos observar-nos, nos vigiar antes que essas vigílias se tornem ocupações de outrem. Precisaremos, acima de tudo, estar convictos de nossos papéis e funções, dos ideais e das responsabilidades, das funções dentro de um lar, de uma sociedade, e, naturalmente, diante do mundo.
Frequentemente, perdemos força quando, ao contato de embates físicos, morais, emocionais ou mentais nos defrontamos, e, usualmente, vacilamos e tentamos fugir aos tormentos que nos envolvem. Avaliá-los e tentar diluí-los, enfrentando-os, será o melhor a fazer, pois esta será a responsabilidade do Espírito comprometido com o planejamento do plano espiritual. Amigos, estas deveriam ser as reações de todos nós, ou pelo menos, de uma grande maioria.
Optemos pela escolha certa, embora não possamos saber o escalonamento qual foi, pois estamos envoltos pelos véus da materialidade encarnatória. Mas, sentindo um pouco o nosso envoltório carnal, os ambientes físicos e os comprometimentos morais, poderemos visualizar as diretrizes básicas traçadas antes de nossa reencarnação.
As razões de viver são múltiplas, iremos apresentá-las e destacá-las, dando-lhes a prioridade perante as próprias necessidades físicas, morais e espirituais.
Vergar-nos-emos, naturalmente, diante dos sofrimentos, das dores, dos declínios mentais e das fraquezas espirituais, mas, também, não seremos juizes perpétuos e rigorosos, apenas, faremos um delineamento das causas e consequências de um viver.