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  • 18/set 08:00
    Por Afonso Vaz

    Certamente lastreado em curiosidade e na boa leitura, acabei de ler o novo livro que vem a lume de autoria da escritora, poeta e acadêmica Christiane Magno Michelin. Fundamentado, pude perceber em sentimentos, os mais nobres bens próprios dos poetas – “O Levante do Sol”.

    A tal propósito, chamou de plano a minha atenção, o amor, o carinho, a saudade, a esperança e o reviver, partícipes dos tocantes versos de autoria da ilustre figura, filha dileta do também poeta, escritor e professor Fernando Augusto Magno, de boa memória. 

    Aliás, a tal propósito, é bom que se recorde o sempre lembrado professor e poeta Roberto Francisco, quando escreveu: “quem puxa aos seus não degenera”. E ainda, “O filho(a) no rumo vai, o mesmo em que o pai andava”.

    O passado, período “machucado” para a autora em face da perda do pai querido, trajeto conturbado, mas sempre presente o fito de vê-lo superado.

    Entretanto, indago a mim mesmo: quem sou eu para traçar considerações a propósito dessa belíssima obra?

    Não sou poeta, todavia filho de um notável poeta e trovador.

    E, por isso mesmo, o meu coração soube captar emocionadas palavras, das muitas que integram os mais diferentes versos – e que versos plenos de momentos de boas recordações! 

    Noutros ensejos, lembranças que não se apagavam: “… um rosário de perdas a todos nós”, enfatiza a autora.

    Entretanto, a autora nessa bela e sensível obra, certamente com o coração tocado, demonstra superação no concernente a passagem do inesquecível pai, aliada a um sentimento de saudade que nunca se apagará.

    Da leitura, conclui-se que a incredulidade pouco a pouco vai se esvaindo, e a fé superando todos os sentimentos negativos que lhes faziam doer a alma.

    Por isso mesmo, com novos ânimos advindos do Criador, escreve em “Levante do sol:

    “… Singrar o mar da vida

    requer coragem

    É preciso roupagem resistente à dor

    e couraça pra resistir o tormento

    para que o lamento

    vá 

    sem rebote

    e seja possível seguir adiante”.

    Ainda, “No Levante do Sol”.

    Em homenagem ao pai, nunca olvidado, deixou patente, in “Quarto minguante”:

    “Será o que sempre foi

    farol leme e lume

    a navegar pelos mares do Eterno

    a nos guiar através do Amor”.

    À querida e sempre presente mãe, dedicou “in Lua cheia”:

    “… Saber reinventar-se é feminina sabedoria

    de quem gera vida

    enfrenta tormentas

    e mantém-se de pé por sua prole”.

    Christiane, poeta de escola, conseguiu alcançar o seu intento, seguindo em frente com “O Levante do Sol”.

    Contudo, não poderia deixar de rememorar o que escreveu o amado pai, sob o título “Christiane”, na obra “O Dia do Canto Imaginado”:

    “Das mãos do tempo recolho a flor que te ofereço

    impregnada de transparências

        rosa

    invejável ser atiçado de cores

                  intensamente luminosa

    como as luzes que se abrem de teu olhar

    viva

    como a melodia que flui de teus pés dançarinos

    brandamente doce

    como aquela sonatina prolongando a tarde, de que nos fala Drummond.”

    Certamente, novas obras ainda virão!!!

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