• A metamorfose do ser humano

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  • 21/09/2016 09:00

    Há pessoas que nascem lagartixa mas querem se portar como jacaré. É lutar contra a natureza, tão pródiga e tão perfeita.  Por certo ignoram a definição de vida dada por Seicho Tanigushi quando disse: “Cada pessoa nasce com um dom e tem uma missão a cumprir” – uma visão bastante profunda e ambígua, mesmo que tal dom – quem sabe? – se transforme em maléfico, devendo pois, permanecer como lagartixa para evitar maiores danos. E daí deduzimos que, quem nasce com tal dom, por sua má índole, acaba por se alimentar de seu próprio veneno para prejudicar o semelhante – um prazer sádico e sórdido.

    Independente da crença de cada um, temos que respeitar e nos curvar diante da sabedoria milenar oriental que nos deixa em dúvida com seus profundos conhecimentos. Hoje, muitas dessas verdades filosóficas estão sendo confirmadas pela doutrina espírita pois, pelo que tudo indica e, diante de esclarecimentos de que o universo abriga inúmeros planetas habitados, seria a Terra, talvez, o verdadeiro “purgatório” para resgatar os males de cada um  e purificar sua trajetória espiritual. Outros planetas já estão sendo descobertos que, como já avaliava Alexis Carrel, é a intenção de desvendar o infinito, ignorando o homem em seu interior espiritual. Aliás, por falar em outros planetas – se considerarmos que Deus é o criador do universo, por certo não iria criar um tipo de ser em cada astro – seriam humanos ou só espíritos? – portanto, a imaginação fértil do homem criou a figura grotesca do ET para fantasiar seus instintos mercenários, iludir o povo e faturar. 

    Entendo ser um assunto por demais complexo mas é só ser-se observador do comportamento das pessoas e o conseqüente “carma” que cada um carrega na passagem pela vida, para chegarmos a determinadas conclusões, como escrevi no soneto ALMA DESNUTRIDA :

    “Quando da alma se crê numa existência, / inda há que se crer ser a vida inteira / tão frágil quanto estranha e passageira, / para dela extrair-se toda essência.

    Da vida muitos vêem só aparência / sem atentar que existe uma soleira / onde há, por contingência, uma urdideira / para tecer as teias da evidência.

    Será a vida para alma um alimento, / como organismo exige da comida, / da qual dependerá o seu sustento.

    Prepotência, ganância  desmedida, / desprezam com desdém cada momento, / deixando ao léu tanta alma desnutrida.”

    Todos se dizem tementes a Deus, mas a ganância material é superior a uma crença que se torna dispensável para desvendar seu interior pois já dizia Victor Hugo:“ A primeira necessidade do ser humano é uma crença, desgraçado daquele que em nada acredita”. E a crença não pode ser, como tudo, uma fantasia passageira que se despe depois do carnaval da vida. Por isto, não por pena mas lamento muito a pobreza espiritual de muitos que não conseguem refrear seus instintos, julgando que podem superar tais entraves com sua  eterna esperteza, tentando dar “nó em pingo d´água”.  

    Como se dizia antigamente – há quem, na sua simplicidade, se emprenhe pelos ouvidos ou se deixe deslumbrar pelo visual e não seria tal comportamento uma tendência maléfica para o negativo, com a indiferença de muitos para tal? Afinal, como diz o velho refrão,“ o que aqui se faz, aqui se paga” e então, para quem almeja muito crescer com sonhos descabidos, seria preferível se manter qual inofensiva lagartixa que ser jacaré, com sua agressividade desmedida. 

    jrobertogullino@gmail.com

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