• A magia da São Silvestre

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  • 05/jan 08:00
    Por Prof. Luiz Carlos Moraes

    No dia 31 de dezembro milhares de pessoas de todas as idades, classes sociais, raça, credo, preferências sexuais, biotipo, grau de instrução, partiram em busca de seus ideais e desafios na corrida de São Silvestre, em São Paulo. É o único esporte em que todos os pecados capitais não são exacerbados e onde todos torcem por todos.

    A felicidade impera em cada sorriso, em cada coração. Milhares de pessoas correndo, ninguém de mau humor. Todo mundo de bem com a vida. É a magia da São Silvestre. Certamente cada um entre os que cruzaram a linha de chegada tem uma história para contar e tem mesmo que contar, tirar fotos e tudo que tem direito. Foram meses enfrentando frio, calor, dor, por vezes vontade de não treinar, por vezes piadinhas sem graça. Muitos tiveram que “bater de frente” com familiares e/ou até cônjuge que não corre e não entende esse vício bom de correr.

    Por outro lado, muitas amizades se fortaleceram ainda mais no sofrimento. Todos venceram os seus medos e seus fantasmas. Mesmo os que não cruzaram a linha de chegada e por diversos motivos tenham desistido, mesmo antes de ir, não podem se sentir derrotados. Eu sei que a frustração é grande. Sei que dói mais na alma do que no corpo. Sei que não adianta os amigos enviarem mensagens de solidariedade porque a dor da alma é maior do que tudo, mas, como tudo na vida também passa e fica a lição dos prováveis erros cometidos e dos imprevistos que acontecem.

    Geralmente quem passa por essa situação numa segunda tentativa volta muito melhor. O que há de louvável nisso é o espírito de luta que sem essa qualidade o mundo não teria evoluído tanto. Talvez ainda estivéssemos na pré-história. É isso que move o mundo.

    Para os que cruzaram a linha de chegada eu deixo os meus parabéns e os que não cruzaram um parabéns duplo porque demonstraram tanta garra, tanta determinação como qualquer um que lá estava com seus sonhos e desafios. Tem o mesmo valor dos campeões da prova.

    Enquanto isso, mais da metade da população estava deitada no sofá com suas enormes barrigas já pensando na comilança e bebedeira do primeiro domingo do ano. Para quem não conseguiu, eu deixo os versos de Raul Seixas: “Não diga que a vitória está perdida, se é de batalhas que se vive a vida”. “Você tem dois pés para cruzar a ponte” Tente outra vez!

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