A História do Quitandinha: um livro de Luiz Carlos Boralli
Cinquenta anos, este é o tempo que Luiz Carlos Boralli levou para conceber o livro “A História do Quitandinha”, entre redação, pesquisas, captura de material e dedicação. Na segunda quinzena de maio a obra estará disponível para que os leitores possam conhecer fatos inéditos de um dos maiores patrimônios de Petrópolis: o Palácio Quitandinha.
Dividido em capítulos que contam a evolução do prédio em cada uma de suas fases, com um acervo enorme de fotografias especiais e raras, a obra transporta os leitores para uma viagem que, não fossem as comprovações dos fatos, faz parecer um roteiro de ficção, tamanho o potencial visionário e empreendedor daqueles que acreditaram no fantástico projeto e o fizeram erguer e solidificar nas terras desabitadas do bairro Quitandinha.
Coragem, glamour, sonho, decadência, reestrutura, perdas, lucros, reinvenção, criatividade, são apenas alguns dos elementos que as quase 200 páginas desse acervo trarão aos seus leitores. Quem viveu a época áurea, se sentirá acordando de um sonho, mas os que não a viveram, terão a sensação de embarcar para uma longa viagem, de roteiro inacreditável.
“Eu entendo que como eu vivi lá por muitos anos e, durante este período, me interessei pela história do Quitandinha, tenho a obrigação de compartilhar. Como vi que não haviam registros do passado, as histórias estavam apenas nas memórias dos funcionários administrativos e de outros setores que, com o passar do tempo, ou por aposentadoria ou por morte, estavam indo embora com eles, optei por criar uma forma de reunir as histórias por escrito”, revela Luiz Carlos, que elaborou um enorme questionário fazendo as mesmas perguntas para cada um deles.
“A ideia sempre foi chegar o mais próximo possível da realidade dos fatos”.
Luiz Boralli Garcia, o autor, que intitula-se escritor de um livro só, foi funcionário do empreendimento por 27 anos e por lá morou durante todo este período. Sobrinho do segundo proprietário do Quitandinha, acompanhou e viveu fatos determinantes ocorridos no transcorrer desse tempo. Teve a chance de coletar depoimentos, ouvir casos e causos de antigos funcionários, esmiuçar espaços, estruturas, documentos e, principalmente, sentir na pele e na alma o que é ser o próprio Quitandinha. Durante estas quase três décadas, também foi o responsável e produtor de muitos eventos históricos, de imprimir sua própria marca nos salões históricos e viver, intensamente, explodindo de memórias suas ou a ele contadas, que não podem e nem devem morrer com uma só pessoa.
“Guardei tudo que coletei por aproximadamente 40 anos. Agora, com a idade que àquelas pessoas tinham quando me contaram os fatos, reuni todo o material que disponho e elaborei o livro. Não poderei deixá-lo para ser reciclado no futuro, quando eu não estiver mais aqui”, revela Boralli que bancou a obra por completo, sem patrocínios.
“É também uma homenagem àqueles que confiaram os fatos há muitos anos”.
O livro é mais que um trabalho editorial, é uma missão de vida realizada, um presente de gratidão à terra onde vive, o reconhecimento público de que foi o Quitandinha que moldou a sua própria história.
Através da Bem Cultural Editora, o trabalho que dura mais de 12 meses tem a coordenação editorial de Catarina Maul, capa, diagramação, finalização e acompanhamento de Alex Avena, revisão de Thiago Mourão e um acervo atual fotográfico de Marco Oddone. Honrosamente, o prefácio foi escrito por Francisco Orleans e Bragança, descendente de D. Pedro.
“O destino me reservou esta obrigação e este será o único livro de minha autoria, com registros que apenas eu disponho e que se não fossem publicados por mim, jamais chegariam ao conhecimento dos leitores”, finaliza o autor.