• A dança imóvel

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  • 29/01/2018 10:40

    “Saí pela porta e me esqueci de fechá-la; não saí do ônibus ao chegar ao destino; ando à procura da chave e ela está pendurada no meu cinto; atrás do vulto de um conhecido gritei o nome de outro; telefonei para casa e disquei o número errado; queria ir para o décimo andar e saí do elevador no oitavo; só pedi a pimenta ao garçom depois de acabar a comida; mesmo o olhar de uma mulher idosa envergonha-me; ao ver um filme pornográfico, imagino que sou protagonista; só depois de ler o livro todo soube que já o tinha lido há tempos; ao folhear uma revista poética tenho de ler três vezes os nomes dos autores para concluir que não sou autor desses poemas. Por que é que ando tão distraído?” – Lu Weiping (poeta chinês). O equilíbrio nas nossas ações é uma busca constante de todos nós. Existem várias formas para a busca do equilíbrio, algo tão procurado nos dias atuais por conta da agitação do dia a dia, preocupações de toda espécie, sejam de origem financeira, relacionamentos, trabalho, familiares, saúde, etc. São tantas as preocupações que temos, que acabamos nos desequilibrando energeticamente, o que acaba por nos afetar ainda mais no dia a dia, tanto pela falta de equilíbrio na alimentação, quanto no sono, no lazer, na harmonia, entre outros sentimentos indispensáveis para uma vida melhor. Estar em sintonia com o ritmo dos ciclos naturais, integrar energias opostas, encontrar tempo para criar e descansar, saber despertar a energia do poder e da compaixão, fazem parte de algumas lições do livro “Tao Te King”, escrito há 2.500 anos pelo sábio chinês Lao Tsé. Essas lições foram entremeadas com atualizações por vários autores e estudiosos do tema, as vezes de forma aparentemente simples, por exemplo, “como podemos recuperar a alegria e o equilíbrio aprendendo com o fluxo da natureza”, mas que auxiliam muito para resolver situações que são complicadas e aparentemente até insolúveis. Readquirir a sensação de unidade com a natureza significa estar em sintonia com o fluxo da vida, do qual fazemos parte. Estar próximo à natureza, observá-la, nos integra de novo ao seu ritmo. Percebemos como tudo nela está em movimento e, ao mesmo tempo, em equilíbrio. É uma dança imóvel. Procure ficar mais em casa, separe o que acontece dentro e fora de seu lar, e não se esqueça de incluir na agenda atividades criativas que possam expressar sua essência. Em tempo: aprenda a dizer não à invasão do seu espaço. Para poder amar ao próximo, é preciso antes saber amar a si próprio. Só assim poderemos dar amor ao outro, pois já o vivenciamos. Seja simples e crie espaços na vida, reserve tempo para pensar, relaxar, ler, pintar…Diminua o uso do telefone, celular, televisão, computador e outros aparelhos, ladrões de um tempo precioso, que poderíamos dedicar a atividades mais criativas. Leia mais! Muitas vezes o desafio das pessoas é encontrar o equilíbrio entre assumir uma atitude conciliadora, e ao mesmo tempo, afirmar sua personalidade. Temos como exemplo o aikidô – “arte marcial japonesa que ensina a encarar o conflito apenas como energias em oposição”. Como os padrões energéticos são dinâmicos e se movem, isso significa que os opostos não são irreconciliáveis. Com base em uma compreensão maior, há condições de buscar pontos de vista que podem ser compartilhados, e assim, lidar melhor com os conflitos. Não seja distraído, nem antiético nas suas atitudes, pois a dança da vida pode tirar o seu equilíbrio.

    achugueney@gmail.com

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