• A constante omissão de cada um

  • 06/09/2018 12:00

    Já escrevi e volto a afirmar – todos são polivalentes, entendem de tudo mas não resolvem nada. Sabem mandar, sabem opinar, sabem cobrar e criticar mas não sabem colaborar para resolver qualquer problema do momento para não se evolver, se comprometer e se aborrecer. E aí é que aparece a velha senhora – dona Omissão – que nada resolve e que se esconde atrás das cortinas por comodidade. Também já escrevi e volto a fazê-lo – todos se dizem honestos de atitudes com seus semelhantes mas, antes de tudo, precisam sê-lo consigo mesmos para poder ser com o próximo – mas não só da boca para fora.

    E aí vem as leis para respaldar as atitudes de muitos sabendo, de antemão que, quase todas se apresentam imorais elaboradas que são com muita perspicácia para se autoprotegerem, assumindo ares de sapientes mas sempre insipientes como confirma um ditado italiano – “as leis foram feitas para serem burladas” que, traduzindo para o tupiniquim, fica – “as leis foram feitas para serem debochadas” – como avaliamos muito bem a cada dia das grandes decisões da justiça que permitem recursos sobre recursos em processos que se estendem por décadas até caducarem – tudo dentro da lei.

     E se a justiça se beneficia com inúmeras brechas das eternas leis – imorais – o cidadão comum, contrariando a “lei” do bom senso que determina a postura e o comportamento dos homens de bem, incorrendo nas mesmas falhas que criticam nas saídas pela tangente do judiciário – é o “similia similibus curantur” = o semelhante com o semelhante se cura.

    E as pessoas – em sua maioria – vão se acomodando, se omitindo, ignorando os problemas que surgem mas que não ardem em seus olhos e vão deixando para lá e dando de ombros, esquecendo e ignorando um detalhe tão simples mas tão importante – a solidariedade de cada um. Sempre invocando o nome sagrado de Deus (que tudo vê), para nos fins de semana se apresentarem nos cultos religiosos sem ao menos lembrarem das respectivas falhas, porque no fundo, cada um é juiz de suas próprias omissões, sempre isentos de pecados e, num ato supremo de bondade, perdoa-se, sem pedir permissão ao Criador. Assim, alguns poucos vão fazendo, a duras penas, o que lhes é possível fazer enquanto a maioria que é egocêntrica vai acumulando e empilhando, cada vez mais, suas eternas indiferenças em cada descaso que pratica.

    jrobertogullino@gmail.com

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