• 60% dos turistas reconhecem os riscos do entretenimento com animais silvestres

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  • 05/11/2020 16:45

    Um estudo encomendado à Hello Research mostra que mais de 60% dos turistas brasileiros que frequentam atrações turísticas com animais tem conhecimento sobre a transmissão de doenças por contato com os silvestres, mas nem todos se envolveriam em medidas de combate a esse comércio.

    Desenvolvido como parte da campanha #MeDeixaSerSelvagem, o estudo analisou, entre agosto e setembro deste ano, os perfis e percepções de turistas brasileiros que em 2019 e 2020 viajaram ou tem intenção de nos próximos três anos viajar para destinos com delfinários – parques e atrações destinados à exibição de golfinhos e outros mamíferos marinhos.

    Ao analisar o conhecimento destes turistas sobre os riscos aos seres humanos de interações com animais silvestres, 56% dos entrevistados afirmam que acreditam totalmente sobre o risco de transmissão de doenças no contato do ser humano com animais selvagens, seguidos por 42% que acreditam parcialmente, e 1% que não acredita e/ou não sabe. Ao serem questionados sobre a participação em atrações com animais selvagens, a maior parte dos respondentes disse que participaria mesmo com risco de transmissão, mas com restrições.

    Ao considerar os participantes, 30% disse que procurariam se informar para saber o risco real de participar ou não de uma atração com esses animais; 23% participariam de uma atração, mas tomaria alguns cuidados para se preservar, como manter uma distância segura, por exemplo. Já 6% afirmaram que não tomaria nenhuma precaução ao participar.

    Para João Almeida, gerente de vida silvestres da Proteção Animal Mundial, mesmo com o conhecimento dos turistas sobre os riscos do contato humano com animais silvestres, os dados mostram que falta conscientização e aplicação do conhecimento existente por parte da população, assim como leis e maior fiscalização do governo.

    “Além de gerar um enorme sofrimento a milhares de animais em todo o mundo, o comércio e a exploração dessas espécies pelas indústrias do turismo e entretenimento favorecem as contaminações por zoonoses e ameaçam a saúde da população. A pandemia da Covid-19, cujo vírus saltou de animais silvestres explorados para fins de alimentação, é o melhor exemplo disso, e nós precisamos aprender com a situação atual se quisermos evitar futuras pandemias. Para se ter uma ideia, nos últimos 30 anos, cerca de 70% de todas as doenças transmitidas de animais para humanos tiveram origem nos animais selvagens”, afirma João Almeida.

    Apoio ao combate de compra e venda de animais selvagens

    Ainda segundo dados da pesquisa, ao serem questionados sobre as medidas já criadas pelo governo brasileiro, 69% dos turistas brasileiros entrevistados apontaram que apoiariam um ‘Melhor rastreamento e monitoramento do comércio de vida silvestre no Brasil’, seguido por ‘Leis mais fortes para reduzir o comércio de animais silvestres no país’ (65%); ‘Mais investimento nas fiscalizações de fronteiras’ (64%), e ‘Protocolos sanitários mais rigorosos para o comércio de animais silvestres no Brasil’ (47%).

    No dia 21 de novembro deste ano, os líderes das vinte maiores economias do mundo vão se reunir no encontro anual do G20 para discutir ações que visam mudar o planeta nos próximos anos.

    Este dia vai marcar o Dia de Combate ao Comércio Mundial de Animais Silvestres, criado pela Proteção Animal Mundial com o objetivo de pautar a conversa dos líderes mundiais em torno do assunto e, a partir daí, os governos, incluindo o brasileiro, tomarem medidas mais sérias para o fim deste comércio que coloca a vida humana em risco.

     

     

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