500 anos da Reforma Luterana – XIII

Em 31 de outubro de 2017, as Igrejas Cristãs em todo mundo irão comemorar os 500 anos da Reforma. A data é alusiva à fixação das 95 teses de Martin Lutero na porta da Igreja do castelo da cidade de Witenberg, na Alemanha. A partir das 95 teses, desencadeou-se o processo conhecido hoje na história por Reforma Luterana ou Reforma Protestante e deu origem a diversas denominações religiosas cristãs, dividindo a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR). 

Neste espaço, iremos ao longo do ano trazer diversos textos de Martin Lutero para conhecermos um pouco mais seu pensamento, sua obra. 

Hoje, iniciamos uma série de meditações sobre o Catecismo Maior de Martin Lutero. 

Lutero escreveu simultaneamente dois catecismos: o “Catecismo Maior” e o “Catecismo Menor”, completando ambos em 1529. No segundo prefácio do Catecismo Maior, explica o termo “catecismo”, dizendo: “Empreendemos este sermão com a finalidade de que sirva de instrução a crianças e pessoas simples. Essa também é a razão porque desde a antiguidade se lhe chama em grego catecismo, isto é, INSTRUÇÃO PARA CRIANÇAS. Todo cristão, necessariamente, deve conhecê-lo. A quem o ignora não poderia contar entre os cristãos nem admiti-lo a qualquer sacramento”. 

O próprio Lutero verificou a falta de instrução básica na Igreja quando participou pessoalmente na visitação pastoral na Saxônia em 1528 e 1529. Já havia advertido, em seu tratado de 1520 “À Nobreza Cristã da Nação Alemã”, que a instrução dos jovens estava sendo negligenciada, mas o verdadeiro desastre espiritual reconheceu quando verificou que os pastores eram incompetentes, pois a quarta parte tinha que ser removida do ministério.

O que havia para instrução religiosa eram livrinhos como “o Jardinzinho da Alma” e “Paraíso da Alma”, e também listas de vícios e virtudes. Mas não se tocava na essência do cristianismo, revelada no Evangelho.

Estava em jogo o cristianismo. Não bastava ser batizado para enfrentar a vida. Era necessário um contínuo alimento da Palavra de Deus. Diante do pecado, a fé precisa refletir sobre seu conteúdo para que, como diz Lutero, o povo simples e o jovem cristão sejam “diariamente exercitados e educados na Escritura e na Palavra de Deus, para que se familiarizem com a Escritura, se tornem hábeis, versados e sábios nela, prontos para defender a sua fé e, no devido tempo, ensinar a outros e ajudar a expandir o Reino de Cristo. Por causa desses é que se precisa ler, cantar, pregar, escrever e compor.”

As perguntas e as respostas do Catecismo Menor foram preparadas para auxiliar na memorização e explicação para toda a família. Especialmente os indoutos e menores devem ser preparados para poder participar com todos os cristãos na Santa Ceia. 

O Catecismo Maior, embora também sirva para ser lido em família, servia de substrato para os sermões dos pastores.

Primeiro foi publicado o Catecismo Menor em janeiro de 1529. Era em forma de cartazes para afixar nas igrejas, nas escolas e nos lares. O Catecismo Menor em forma de livro foi editado em maio de 1529, tendo por título: “Catecismo Menor para os pastores e pregadores indoutos”. O Catecismo Maior foi publicado em abril de 1529. 

Lutero escreveu o Catecismo Menor sem nenhuma polêmica e os dois catecismos sem terminologia teológica erudita. Colocou diante do povo o essencial: a justificação pela fé e a vida cristã de acordo com a teologia bíblica. Certamente os dois catecismos são a maior dádiva de Lutero ao mundo. (Fonte: Catecismo Maior do Dr. Martinho Lutero, p. 07 a 16) 

Conheça a Igreja Evangélica de Confissão Luterana em Petrópolis. 

Avenida Ipiranga, 346.

Cultos todos os domingos às 09:00h. Tel. 24.2242-1703