
36 anos passados, a final de campeonato que nunca esqueci
Era 1989, e o estádio Carlos Guinle, no Valparaíso, pulsava em um ritmo frenético. No campo, o Lopes de Castro e o Petropolitano se preparavam para um embate que, para muitos, seria mais do que uma simples partida de futebol; era a representação de uma era, a luta de um gigante caído contra um desafiante faminto por reconhecimento. A atmosfera estava carregada de emoção, e o dia se tornava um marco na história do futebol local. O Lopes, com sua torcida vibrante da Quitandinha, sabia que não era apenas um jogo, mas uma oportunidade de quebrar um jejum que perdurava desde 1973, enquanto o Petropolitano, munido de seu histórico de conquistas, buscava reafirmar seu domínio.
O confronto, que se desenrolou em meio a tensões administrativas e decisões controversas, foi marcado pela imposição do diretor de arbitragem, Valter Senra, que decidiu que um árbitro local seria a figura a guiar a decisão. Fábio Nardi de Barros, escolhido para a função, trouxe consigo uma aura de expectativa e controvérsia. O primeiro tempo viu o Petropolitano, sob o comando do técnico Gilberto Esposel, tomar a dianteira com um gol de Jefferson Retondar, filho do presidente da LPD. A torcida alvinegra, em êxtase, acreditava que a vitória estava ao seu alcance. Mas a história, com seu jeito caprichoso, estava longe de ser escrita.

Foto: Arquivo
No entanto, o futebol é um jogo de surpresas. O segundo tempo trouxe um revés inesperado para o Petropolitano. Um toque de mão de Jefferson dentro da área resultou em um pênalti, e o atacante Mineiro, com frieza e precisão, igualou o placar aos 32 minutos. A explosão de alegria da torcida do Lopes de Castro ecoou pelo estádio, enquanto os protestos dos dirigentes do Petropolitano se misturavam à frustração de um sonho que começava a se esvair. O empate não apenas favorecia o Lopes, mas também simbolizava uma mudança iminente no cenário do futebol municipal, onde as forças estavam se equilibrando, e novos protagonistas surgiam.
A “vitória” do Lopes de Castro naquela tarde não foi apenas a conquista de um título; foi a celebração de uma nova era. Jair Pires, então fundador e presidente do clube, radiava felicidade ao perceber que, naquele momento, a história do futebol de Petrópolis estava sendo reescrita. Os quase três mil torcedores que invadiram o gramado sagrado do alvinegro não estavam apenas comemorando um título; estavam comemorando a quebra de uma hegemonia, a democratização de um espaço que parecia vedado a eles. A festa se estendeu pela madrugada, e o eco daquela vitória ainda reverbera na memória dos que viveram aquele dia. O Lopes, embora hoje encerrado, e o Petropolitano, que não mais brilha no futebol, encontraram naquelas emoções vividas um legado que transcendeu os campos.
Árbitro recorda da decisão: “Foi muita pressão!”
Fábio Nárdi, árbitro do polêmico jogo entre Petropolitano e Lopes de Castro, relembrou o histórico Campeonato Municipal de 1989, onde sua escalação foi imposta por Valter de Paula Senra, desafiando a tradição de árbitros renomados. Nárdi, que expulsou cinco jogadores durante a partida, destacou a pressão intensa, especialmente da torcida do Petropolitano, que acabou perdendo o título. Ao deixar o estádio Carlos Guinle, o árbitro precisou de escolta policial devido à revolta dos torcedores e dirigentes.

Foto: Arquivo pessoal
Petrópolis ajudou a criar a que conhecemos hoje como Ferj
Petrópolis desempenhou um papel crucial na gênese do Campeonato Carioca, embora a competição tenha perdido relevância ao longo dos anos. O extinto Sport Club Petrópolis foi um dos apoiadores na fundação da Liga Metropolitana de Football em 1905, que organizou o primeiro campeonato em 1906. O charme do torneio, considerado o mais elegante do Brasil, é reforçado por sua rica história, que remonta a jogos improvisados por marinheiros britânicos em 1874. Assim, mesmo com a evolução do calendário esportivo, a cidade permanece uma referência histórica no futebol carioca.
E até mais recentemente, cidade era campeão no vôlei
Hoje, o vôlei do Rio de Janeiro brilha ainda sob a liderança do técnico Bernardinho, mas a memória de Petrópolis como referência no esporte ainda ressoa. Em 2001, o time Petrópolis/CSSE conquistou o campeonato carioca masculino ao derrotar o Flamengo por 3 sets a 1, no Ginásio do Grajaú Country Club. O levantador Rafinha, que se destacou na partida após se recuperar de uma virose, foi crucial para a vitória, enquanto o treinador Mauro Lima expressou a esperança de novos patrocínios para a equipe. O título não apenas consolidou a força do time, mas também abriu portas para uma projeção nacional.
Podemos dizer que o atletismo é antigo por essas bandas?
O atletismo em Petrópolis tem uma rica trajetória que remonta a 1881, marcada pela fundação do “Foot Rink Club”, por alunos do extinto Colégio Paixão. A modalidade ganhou força com a realização da primeira competição oficial em 1930, consolidando-se como a principal atividade esportiva da cidade. Décadas depois, surge a Pé de Vento com o destaque para o então sargento Éder Moreno Fialho, que se classificou para as Olimpíadas de Sidney, em 2000, mas que não teve continuidade dessa tradição e o surgimento de novos talentos para a equipe. 95 anos depois da primeira prova oficial, Petrópolis reafirma sua importância no cenário esportivo, lembrando que sua história vai além das tradições culturais, celebrando também os heróis do atletismo.
Comissão técnica da Portuguesa tem o reforço de Rodrigo Brito
Rodrigo Brito, petropolitano e novo auxiliar-técnico de Douglas Ferreira, estreou com sucesso na Portuguesa, que conquistou uma vitória crucial por 3 a 1 sobre o Maricá, na última rodada do Campeonato Carioca 2025, apesar da eliminação precoce recente na Copa do Brasil. O resultado não apenas trouxe alívio à equipe, mas também aumentou a confiança em um final de semana decisiva. Juntos, Douglas, ex-zagueiro do Serrano, e Brito almejam garantir a classificação da Portuguesa na Taça Rio neste fim de semana.
Vera Cruz anuncia parceria que fortalece o trabalho físico dos jogadores
A parceria entre a academia Körper e o Esporte Clube Vera Cruz para a temporada de 2025 promete revolucionar a preparação física dos atletas do clube. Com acesso às seis modernas unidades da Körper, os jogadores, incluindo os da base, poderão aproveitar equipamentos de última geração e uma variada grade de aulas coletivas, potencializando seu desempenho. A estrutura, que se destaca pelo excelente custo-benefício, também reflete um investimento no futuro do esporte na região, ao priorizar o desenvolvimento integral dos jovens talentos. Essa colaboração, que abrange desde a elite até as categorias de base, sinaliza um compromisso com a excelência e a formação de atletas mais preparados.