• 27ª Bauernfest

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  • 01/07/2016 12:00

    Mais um ano celebramos a vinda daqueles que construíram a nossa cidade imperial: os colonos alemães. 

    Quando lembramos o início da história de Petrópolis, logo lembramos de D. Pedro I, na sua tentativa de comprar a fazenda do Padre Correia, o que não deu certo. Veio a comprar a fazenda do Córrego Seco – seu objetivo era construir um palácio fora do Rio de Janeiro, pois recebia muitas visitas da Europa não habituadas ao calor tropical.

    Lembramos de Paulo Barbosa, que anos depois de D. Pedro I ter voltado a Portugal, retomou o projeto de aqui construir o Palácio Imperial. 

    Junto a Paulo Barbosa, lembramos do Major Júlio Frederico Köeler. Juntos, elaboraram um plano para fundar o que Paulo Barbosa denominou de “Povoação-Palácio de Petrópolis”, que compreendia a doação de terras da fazenda imperial a colonos livres, que iriam não só levantar a nova povoação, mas, também, seriam produtores agrícolas. 

    Assim, nasceu Petrópolis com a mentalidade de substituir o trabalho escravo pelo trabalho livre. 

    Lembramos de D. Pedro II, que foi responsável pela criação de Petrópolis pelo decreto nº 155, de 16 de março de 1843. 

    Destas pessoas que têm sua importância fundamental na história de Petrópolis nós lembramos nominalmente.

    Mas, quando seguimos contando a história, dizemos que foram os colonos alemães que construíram a cidade, que deram, de fato, origem ao que hoje é Petrópolis. Deles nós lembramos dos nomes de algumas famílias: Kling; Sixel; Winter; Emmel; Schaeffer; Eckart; Hoelz; Wilbert; Goebel; Kronenberger – somente para citar alguns exemplos.

    Somente quem é historiador lembra de um nome maior de famílias. Do primeiro nome dessas pessoas somente estes mesmos historiadores ou algum familiar lembra. 

    Mas, como disse, ao lembrarmos a história, nós mesmos falamos dos colonos alemães. 

    E nem sabemos quem foi o colono que abriu esta ou aquela rua, quem foi o imigrante alemão que canalizou este ou aquele rio, quem foi que construiu esta ou aquela casa. 

    Foram estes anônimos que construíram nossa cidade. E a Bauernfest quer homenagear e valorizar justamente estes anônimos que, com seu suor, construíram esta cidade, reconhecer o valor histórico destes anônimos que trouxeram petrópolis à existência. 

    E os homenageamos com uma festa: a Bauernfest. Festa que começou tímida e pequena com somente duas barraquinhas, como bem nos lembra sempre D. Emygdia Hoelz Lyrio, presidente do Clube 29 de Junho – que começou de forma amadora o que hoje se transformou na segunda maior festa alemã do Brasil. 

    E porque os homenageamos com uma festa? Justamente porque este povo alemão, apesar da vida dura que levava, era um povo muito festeiro, com uma vida social muito intensa. 

    Eram piqueniques, bailes, corais, festas de igreja, bandas. 

    Tem-se notícias de que a primeira banda de música dos colonos, surgiu em novembro de 1845 (apenas 5 meses após o início da Colônia) e composta por l2 pessoas. O primeiro musicista que apareceu na Colônia, foi o Sr. Gustavo Eckardt, que organizou um conjunto musical que mais tarde transformou-o numa banda. Gustavo Eckardt saiu da banda e foi substituído na regência pelo escrivão José Schaefer que denominou o grupo musical por “Banda Schaefer”. Em seguida, Gustavo Eckardt criou um novo grupo musical com os seus oito filhos, formando a famosa “Banda dos Gustavos”. Além destes, surgiram outros grupos musicais e, entre estes, a famosa “Banda Maul”, composta pelos descendentes do colono Martim Maul. Em 1863, o Professor Frederico Stroelle, fundou a “Saengerbund Eintracht” (denominada mais tarde por Coral Concórdia).

    Em seguida surgiram outras associações. Sendo algumas instaladas nos Quarteirões: Nassau, Bingen e Mosela. Cada associação criava o seu próprio coral, outras atividades artísticas, esportivas e musicais. Além de organizarem passeios, piqueniques e outros eventos.

    Vale ressaltar que por volta de 1874, os Srs. Carlos Latsch e Pedro Kneipp, mantinham uma casa de bailes no local ainda conhecido como Duas Pontes.

    A parte recreativa dos primeiros tempos da Colônia tinham mais caráter familiar de festas escolares e religiosas e geralmente aconteciam nos quarteirões.

    Vejam o que nos ensinam os antepassados alemães que vieram e construíram a cidade imperial:

    Que a vida não é só trabalho. Que a vida precisa ser vivida na sua totalidade, – com trabalho, – com fé – e também com lazer, diversão. Mas não diversão e lazer em libertinagem – diversão e lazer com todo respeito, mas com alegria. 

    Trabalho, lazer e fé precisam andar juntos para uma vida feliz. 

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