23 casos de acidentes com animais peçonhentos já foram registrados neste ano
Com a elevação da temperatura e o aumento das chuvas nos meses de verão cresce o número de atendimentos às vítimas de acidentes com animais peçonhentos. Desde o início do ano até agora, a Vigilância em Saúde do município registrou 23 notificações de casos. Por conta disso, a Secretaria de Saúde faz um alerta aos moradores de áreas próximas às matas que mantenham a atenção com animais domésticos, nos passeios e trilhas e dentro das residências. Em caso de acidente, procure imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Centro.
Em 2017 foram registrados 161 acidentes com peçonhentos. Destes, 40%, ou seja, 64 casos, foram registrados na estação mais quente do ano. Neste verão houve redução e a população vem contribuindo com a captura desses animais ainda com vida, para envio para a Vigilância Ambiental que, em parceria com o Instituto Vital Brasil, produz os soros específicos usados nas vítimas de acidentes.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Elisabeth Wildberger, explica que durante a noite aranhas e escorpiões são mais ativos, então é importante antes de dormir inspecionar os cômodos da casa, principalmente as camas e berços.
“É preciso atenção com as crianças, idosos que circulam por áreas próximas às matas e as pessoas que fazem trilhas devem estar vigilantes. É muito importante não colocar a mão em tocas ou buracos na terra, ocos de árvores, cupinzeiros, em espaços situados em montes de lenhas ou entre pedras. Caso seja necessário mexer nestes locais, a pessoa deve usar um pedaço de madeira, enxada ou foice”, alerta.
Dos acidentes com animais peçonhentos registrados este ano, 7 foram com serpentes, 8 com aranhas, 6 com escorpiões, uma de lagarta e outra de abelha. A diretora coordenadora da Vigilância Ambiental, Maria Beatriz Fagundes Pellegrini alerta aos trabalhadores que atuam em áreas de matas, com serviço de jardinagem ou coletores de lixo é essencial o uso de luvas e botas de cano alto para evitar os acidentes.
“Os trabalhadores precisam ficar atentos no manuseio de plantas e galhos neste período e os moradores em áreas de matas onde já é frequente o surgimento desses animais devem inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho, de rosto e roupas de banho antes de usá-los. Caso encontre um animal peçonhento evite o contato e acione a Vigilância Ambiental pelo telefone 2231-0841”, orienta.
O atendimento às vitimas de animais peçonhentos é realizado na UPA Centro
Em caso de acidentes com animais peçonhentos é preciso procurar imediatamente a unidade de pronto atendimento (UPA) do Centro. A coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Alessandra Cardoso orienta ainda lavar o local com água e sabão e não utilizar nenhuma substância como álcool ou remédios na ferida. É preciso manter a vítima em repouso, com o membro acometido elevado até a chegada à unidade.
“Também é preciso retirar os acessórios que possam levar à piora do quadro clínico como anéis, pulseiras, calçados apertados e manter a pessoa hidratada bebendo água. Não se pode fazer o garrote (método usado para travar a circulação sanguínea) e deve manter a pessoa o mais calma possível. Se por acaso a pessoa ficar agitada, o veneno se espalha com mais velocidade pelo corpo”, disse.
A coordenadora da Vigilância Ambiental, Maria Beatriz Fagundes Pellegrini explica que os animais com vida devem ser encaminhados para a vigilância para cadastro e encaminhamento para o Instituto no Rio de Janeiro que produz soros específicos para cada tipo de acidente com peçonhento.
“Os animais venenosos entregues na Vigilância são encaminhados para o Instituto Vital Brazil e seus venenos transformados em soros que são administrados por prescrição médica quando alguém se acidenta com um animal peçonhento ou venenoso”, explica Maria Beatriz.
Durante o atendimento médico, a pessoa deve informar ao profissional de Saúde o máximo possível de características do animal como cor e tamanho.
A UPA Centro é o polo para todas as cidades da Região Serrana na aplicação diária dos soros antirrábico, antitetânico, antiofídico (picada de cobra), antiaracnídico (picada de aranha) e antiescorpiônico (picada de escorpião).
A coordenadora de Epidemiologia ressalta que a vacina só é aplicada por indicação médica. “Na hora do atendimento o médico vai avaliar a gravidade do acidente para aplicar as sorologias e vacinas. Acidente leve não é necessário aplicar o soro, pois ele pode causar reação adversa, então cada caso deve ser avaliado pelo profissional da urgência de acordo com o protocolo determinado pelo Ministério da Saúde”, reitera Alessandra Cardoso.