• 2020 foi um ano perdido para a Educação

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  • 18/01/2021 15:36
    Por Maria Angela Gomes

    Entre trancos e barrancos, chegamos ao final de 2020, um ano atípico, pesado, triste para muitas famílias, mas que se encerra com a esperança de um 2021, que acaba de começar, imerso em possibilidades, com vacinas sendo aplicadas já em diversos países aguardamos ansiosamente o retorno ao “novo normal”. Por mais que seja o desejo de muitos, não podemos apagar este ano da história, e com isso chegamos às consequências que todo esse tumulto inesperado veio nos causar: abalos emocionais, perdas, crises. Foi um ano turbulento e de muitas adaptações, inclusive para a educação, afinal, com o fechamento do ano letivo permanece a dúvida: o ensino on-line foi eficiente para a aprendizagem? Os alunos ficarão prejudicados? Qual medida será utilizada em 2021 para recuperar o conteúdo perdido nos últimos meses?

    Durante todo o ano de 2020, por aqui, falamos sobre a relevância que a saúde psicológica tem diante da educação, ou seja, de forma mais clara podemos afirmar que o conteúdo curricular pode ser retomado em algum nível, mas os danos psicológicos causados pela pressão da aprendizagem diante de um contexto de pandemia podem causar sequelas que levarão muito mais tempo para serem revertidas. Muito além do que aprender história, matemática, português, crianças e adolescentes precisam desenvolver competências socioemocionais que se fazem essenciais para assimilar o conhecimento e se tornarem cidadãos resilientes e mais seguros.

    Apesar de habilidades tão fundamentais para a aprendizagem, não nos cabe romantizar um ano tão denso, afinal, de forma prática muitos alunos estão preocupados. Ainda são os conhecimentos tradicionais que abrem caminhos para empregos e vagas no nível superior. O ensino remoto nesse sentido, não substituiu as aulas presenciais, uma vez que a realidade de muitos brasileiros é justamente a falta de acesso aos meios para tornar o ensino à distância eficaz, o que o torna em certa medida, excludente.

    Percebe-se, portanto, que ainda que as recomendações do Ministério da Educação (MEC) sejam para que se evite reprovações, a discussão está muito além de passar ou não de ano, preocupa-se com o que se aprendeu ou não se aprendeu. Com a volta às aulas presenciais, as escolas precisarão se programar para uma grande revisão de conteúdo, enquanto as famílias devem permanecer na conscientização da importância a educação de forma genuína.

    Diante desse pensamento, sabemos que as escolas, pais, estudantes, procuraram à sua maneira encontrar saídas para manter o sistema funcionando. Não podemos afirmar que 2020 foi um ano perdido, uma vez que ele pode ter ensinado algo que está além das paredes de uma escola. Se ao invés de aprenderem equações, análises morfológicas, estudantes tiverem aprendido o valor da educação, da união, do cuidado com o próximo, não podemos em nenhuma hipótese afirmar que o ano letivo de 2020 não teve seu valor.

    Maria Angela Gomes é professora de História, mestranda em História Social e atua na área de educação há 04 anos com reforço escolar e educação multidisciplinar.

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