2017 – 100 anos da Revolução Bolchevique
Vladimir Ilich Uliánov, nome de batismo de Lenin, foi o grande líder da revolução bolchevique de 1917, vitoriosa diante da monarquia absolutista do Czar Nicolau II da Rússia.
Foram tempos dramáticos aqueles em que uma economia ruinosa se baseava em atividades do campo cujas melhores terras pertenciam a nobreza.
A insatisfação do campesinato que vivia na miséria extrema tornava impossível a sobrevida de uma sociedade rigorosamente injusta.
Impotente diante daquela trágica realidade e da força bolchevique o Czar renunciou a sua condição de monarca abrindo campo a um novo regime inaugurando a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A ordem implantada na então URSS tinha como inspiração o estabelecimento da “ditadura do proletariado” fundamentada nos princípios editados por grandes mestres do pensamento mundial como realmente o foram Marx e Engels.
Essas teses realmente enfeixavam os ideais de uma verdadeira revolução na acepção clássica uma vez que rompiam com uma ordem econômica, política e social vigentes e que muito decorreu dos efeitos da “revolução industrial” ocorrida na Grã-Bretanha na segunda metade do século XVII que atingiu novos patamares para a produção: da artesanal, manufaturada, para a industrial.
O mundo que até então experimentava um sistema econômico cujos meios de produção pertencia a propriedade privada, com o surgimento da URSS e ideais bolchevistas tidos como iluminados pelas propostas revolucionárias de Marx e Engels, introduziram embrionariamente um novo sistema onde os meios de produção passavam a ser de propriedade coletiva, do Estado.
Claro que a reação haveria de ser exageradamente forte uma vez que provocaria o confronto, a supressão de direitos e filosofia de vida consolidados.
Para a sustentação de mudança tão radical indispensável seria para conter a reação fosse adotado um regime repressivo, intimidador, ditatorial capaz de neutralizar quaisquer forças dispostas a confrontar a nova ordem.
Assim surgiu o partido único, o comunista, cujo poder se confundia com o do Estado.
Certamente por motivos diversos o novo sistema se mostrou insuficiente para a geração das riquezas e a produção de bens primários não atendia as necessidades de consumo e as filas eram infindáveis exigindo pesados sacrifícios do povo.
Aos recalcitrantes eram destinados os “Gulags” situados nas regiões mais geladas, sem condições sanitárias ou de habitação, na Sibéria ou em outras localidades.
De 1917, até a dissolução da União Soviética em 1991, foram 74 anos de experiências de uma sociedade que não deu certo.
Não há modelo que possa triunfar se utilizando de métodos a suprimir a liberdade do homem.
Emblemático foi a constatação após o falecimento de um grande líder soviético da existência de bens e objetos de valor produzidos no ocidente, de sua propriedade pessoal, enquanto a maioria expressiva dos cidadãos para conseguir dois litros de leite, alguma carne, remédios, só o faziam de tempos em tempos a critério de políticas autoritárias.
Foi um sonho. Somente um sonho do homem, e que custou muito caro para a humanidade que, em teoria, e somente nela, imaginou-se um mundo melhor e mais justo.
marcosbaccherini@yahoo.com.br