• 19ª SP-Arte aposta em artistas do Brasil profundo e mais design

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  • 29/03/2023 08:01
    Por Matheus Lopes Quirino / Estadão

    Foi dada a largada da SP-Arte, a feira mais importante do segmento na América do Sul, que abre nesta quarta, 29, no Pavilhão da Bienal no Parque do Ibirapuera. O clima é otimista, algo a pontuar mesmo antes da abertura do evento. Nas redes sociais, diversas galerias apostaram nos drops do Instagram para interagir com o público, mostrar trabalhos à venda, bem como os bastidores de seus espaços.

    Este ano, 167 expositores se espalham pela estrutura, que traz não só galerias nacionais e internacionais, mas instituições culturais e espaços autônomos, como o Solar dos Abacaxis, a Casa do Povo e Pivô, entre outros, onde artistas convidados fizeram tiragens de gravuras e obras com o intuito de arrecadar fundos para essas instituições e seus programas de residência, estudo e pesquisa.

    Em sua 19ª edição, a SP-Arte inova ao trazer para o pavilhão o conceito de Showcase, que vai espalhar 13 estandes pela feira, cada um com um artista brasileiro, para tratar novas perspectivas que hoje são centrais na arte contemporânea, como a luta antirracista e as discussões ambientais e ecológicas. Para tanto, a curadora Carollina Lauriano intitulou essa programação como Recuperar Paraísos – e selecionou pintores em diversas fases de carreira, desde Laryssa Machado, da estreante Asfalto, e Aislan Pankararu, novidade da Galatea, a consagrados, como a escultora Rosana Paulino (Mendes Wood), mas também ícones do porte de Rubem Valentim (1922-1991), no gabinete da Almeida & Dale, e, pela Simões de Assis, Emanoel de Araújo, morto em 2022.

    “Nesses quase 20 anos de SP-Arte, não só o mercado mudou, como o mundo agora é outro. Nos primeiros 15 anos da feira, o mercado estava voltado para a globalização e, entre 2010 e 2016, a SP-Arte foi a feira que mais cresceu no Hemisfério Sul, entre 22 países”, conta ao Estadão Fernanda Feitosa, a idealizadora do evento.

    O PAÍS POR DENTRO

    Nesse tempo, passaram várias crises e uma pandemia. Agora, a SP-Arte volta “com um desejo de olhar não apenas o que é tendência no mundo, mas de voltar ao Brasil, ao regional, olhar o País por dentro”, ressalta Feitosa. Nesse espírito de olhar o próprio território, a SP-Arte acredita que “conscientizar as pessoas do que está acontecendo ao redor” é algo de primeira necessidade, adverte a diretora do evento. Para tal, a feira investe em 2023 em jovens artistas, em novas galerias e nos coletivos que se formam quase de maneira orgânica por pintores e escultores sem galeria, inclusive.

    Durante os dias do evento, que vai até domingo, dia 2, haverá uma série de entrevistas com artistas, outra novidade deste ano, conta Feitosa. “O programa de conversas com a feira acontece desde 2005. Mas, se antes as entrevistas eram feitas com curadores, editores e galeristas, hoje a tendência é conhecer cada artista, o modo como cada um trabalha, os bastidores do ateliê.”

    E, para abrir a programação, o curador Jacopo Crivelli Visconti conversa com a artista Lenora de Barros, que teve individual aberta nas últimas semanas na nova sede da Gomide & CO. – a galeria aposta na cerâmica nesta edição da feira. Serão três entrevistas por dia, com encerramento no domingo – que está marcado como data de lançamento de livros como Pantanal, do fotógrafo João Farkas (Edições Sesc).

    DESIGN & LIVROS

    O mobiliário brasileiro, conhecido mundialmente por seus expoentes modernos, marca forte presença, com estúdios como o Atelier Hugo França, além de Guto Requena, que participa da feira pela primeira vez. Incorporado à programação da SP-Arte em 2016, o setor de design cresceu 30% em relação a 2022 e, nesta edição, terá 45 expositores. A Galeria Teo traz 20 peças das décadas de 1930 a 1980 criadas por alunos do Liceu de Artes e Ofícios, que comemora 150 anos neste ano. Os estandes ficam no térreo, junto às editoras (como Act. Editora, Cobogó, BEI, Taschen e Ubu), que farão lançamentos de livros como Lina Bo Bardi Design: O Mobiliário Dos Tempos Pioneiros 1947-1958 e Digo e Tenho Dito, de Anna Maria Maiolino.

    As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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