• 172 anos de colonização alemã

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  • 30/06/2017 12:25

    No dia 29 de junho, lembramos em Petrópolis a chegada dos colonos alemães com a Bauernfest. Neste dia, são lembrados aqueles que botaram a mão na massa, aqueles que construíram a então Vila Imperial e que deram forma a Petrópolis: os colonos alemães. Nas palavras do genealogista Paulo Roberto Martins de Oliveira nos diz: “Tudo que temos foi construído pelos colonos. Ter uma colônia foi fundamental. O início de tudo foi a colônia. A Fazenda do Córrego Seco era um lugar de passagem e, com a colônia, se formou a povoação.” 

    Sabemos da travessia penosa destes colonos pelo oceano para chegar ao Brasil: 

    “Passada a doença (os enjoos pela viagem no mar), e estando com fome todos os imigrantes, não apareceram os mantimentos estipulados. Em vez disso, deu-se a cada um apenas uma bolacha diariamente, até esta em putrefação e cheia de vermes, o que faria adoecer até mesmo o mais robusto.

    De manhã, pelas 11 horas, distribuiu-se a cada um uma concha de sopa com caldo ralo, por assim dizer, de água pura, e da mesma maneira à tarde, pelas 5 horas, uma dita concha com sopa de ervilha ou feijão, preparada de tal maneira que para 7 ou 8 barris de água podre, calculou-se três quartos a um balde de ervilhas ou de feijão misturadas. De batatas, recebemos ao todo 4 ou 5 cestos, e entre elas estavam ao menos um terço em putrefação.”

    Sabemos também que muitos não chegaram vivos a Petrópolis. Outros morreram ao chegar ao Brasil. 

    Gostaria de lembrar da fé que sustentava esses nossos antepassados, de tal forma que tiveram tanta coragem para enfrentar tantas adversidades. 

    Na bagagem destes colonos estava uma Bíblia. Em alemão gótico. Nela, anotavam nascimentos, batismos, casamentos, falecimentos. Era o Livro da Vida desses alemães. 

    Muitos tinham também o Hausbuch (livro da casa). O objetivo é que cada pai de família tivesse em suas mãos um livro de orações e celebração para realizar em sua casa, com sua família. Os primeiros conteúdos do livro eram o Batismo de Emergência (Nottaufe), que era um batismo realizado quando a criança estava para falecer e não havia pastor. E o segundo conteúdo: Trauerfeier (sepultamento), também para sepultamentos quando não havia pastor. 

    Há neste livro também cultos de leitura; histórias da vida de Jesus, orações para a manhã e para a noite de cada dia do mês; orações para doentes; moribundos; para o nascimento de uma criança e o catecismo menor de Martin Lutero.

    Outro livro que havia era o Novo Testamento e o livro dos Salmos com figuras. Didático para as crianças.

    Assim, posso afirmar com toda certeza que foi a fé de nossos antepassados que lhes deu a força e a coragem para tudo enfrentar na penosa viagem para a nova terra, no começo de uma nova vida aqui no Brasil. Uma fé que nos foi transmitida de geração a geração e que chega a nós. Uma fé que deve ser mantida e cultivada por todos nós, em honra à memória dos nossos antepassados.

    Por isso, me entristece quando vejo tantas pessoas valorizando tão pouco a fé, abandonando a vida de fé nas nossas Igrejas. Me entristece quando vejo que no Brasil o que mais cresce é o número de pessoas que se declaram ateus, segundo o último censo do IBGE. 

    Nossos antepassados nos legaram a firmeza da fé. E nós, muitas vezes, não damos valor à nossa vida de fé. Nem em casa, muito menos participando da Igreja! 

    Vamos honrar a memória dos nossos antepassados cultivando a nossa fé!



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