13° e salários de final de ano dos servidores em risco acende alerta na economia
A folha de pagamento de dezembro, mais a segunda parcela do 13° salário de servidores, aposentados e pensionistas, é algo em torno de R$ 45 milhões. E já acendeu o sinal vermelho de que os 12 mil funcionários públicos, ativos e inativos, podem não receber em dia. Sem essa quantidade de dinheiro em circulação, setores de alimentação, comércio e prestação de serviços ficam temerosos de um cenário ainda pior, agravado pelo fato de não termos uma programação de Natal que atraia turistas para gastar na cidade.
Os gastos
A primeira parcela que sai no meio do ano é, normalmente, usada para colocar contas em dia, mas a segunda parte do 13° salário é para ter aquela folga nas compras, os presentes e guardar algum para material escolar, despesas de início de ano como os impostos, inclusive. Assim, o baque é para todos: empresas e a própria prefeitura, que deixa de recolher IPTU, por exemplo.
Se a cidade está à beira da falência, qual era o plano?
É uma pergunta que o petropolitano se faz e não encontra resposta. O cenário é uma cidade afundada em dívidas com as contas públicas, sem investimentos. Hoje não tem merenda, o décimo terceiro do funcionalismo pode não ser pago, o lixo tomou conta das ruas, e Petrópolis não consegue sair do lugar. Considerando que Bomtempo, melhor do que ninguém, sabe a profundidade desse buraco (que ele ajudou bastante a cavar), por que, cargas d’água, ele queria ser reeleito?
Tem que ter um motivo
Hingo Hammes desejar ser prefeito, tudo bem. Afinal, ele não tem pleno conhecimento do rombo e do que vai explodir depois, mas Bomtempo sabe. Assim, qual era o plano? Porque a gente acha meio difícil que tudo estivesse calcado num ICMS a mais que poderia cessar (como aconteceu) a qualquer minuto. E que ainda iria nos afundar mais. Por isso a pergunta que nos encafifa: qual era o plano?
Contagem I
Petrópolis está há 1 ano e 184 dias sem os 100% da frota de ônibus nas ruas depois do incêndio na garagem das empresas.
Contagem II
Faltam 48 dias para Petrópolis virar a página.
Melancólico
Pelo andar da carruagem, o petropolitano vai (mais uma vez) viver um final de ano melancólico, sem a contrapartida do governo para os serviços essenciais e sem a alegria de um Natal com uma programação capaz de girar a economia.
Cancelamento
Os grupos empresariais e de serviços que aguardavam uma programação condizente já começaram a chiar. Os guias de turismo vêm assinalando que há cancelamentos no turismo receptivo. Mesmo que sejam excursões e bate-volta, é algum que iria entrar e que, agora, não vai mais. Mas, agora nem adianta reclamar. Já era.
Rotina
Petrópolis sofreu ontem, em um dia de chuva intensa, com a greve dos trabalhadores da Turp (reclamando pelo atraso no salário), que refletiu na cidade toda. Teve excesso de carros nas ruas, o preço dos carros de aplicativo foi para as alturas, muita gente não conseguiu chegar ao trabalho e aos estudos. Pela manhã, era o caos, principalmente de gente na chuva tentando uma condução. Ônibus voltaram a funcionar após o almoço, depois que o pagamento caiu na conta dos rodoviários da empresa.
Reflexão
A empresa alegou que a prefeitura atrasou o repasse do vale-educação e, por isso, atrasou os salários. Esse subsídio, no entanto, não pode ser usado para esse fim, somente para melhorias e renovação da frota; a prefeitura correu para se explicar. Os atrasos, no entanto, são uma constante, dizem os rodoviários. E isso ninguém explicou, nem empresa, nem sindicato, nem CPTrans e nem prefeitura: o que está acontecendo com a gestão da viação? E fica o medo: todo mês, se atrasar pagamento, vai ter paralisação?
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