• Nosso trânsito

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  • 11/03/2017 15:23

    Olhando os números do IBGE me deparei com um fato preocupante: tínhamos em 2015, 148.455 veículos licenciados em Petrópolis (estão incluídos neste número, carros, motos, caminhões, ônibus e tratores), para uma população estimada de 305.000 pessoas o que, grosseiramente, dá um veículo para cada 2 habitantes, uma média alta, muito alta. Se lembrarmos que nossa Cidade não foi projetada para suportar esta demanda de tráfego, o que disto resulta é uma mobilidade urbana profundamente comprometida.

    Não temos ainda um plano de mobilidade urbana. Tenho conhecimento de que já existem alguns estudos a respeito, mas pela lei atual, teremos prazo, graças à prorrogação, de apresentar um plano de mobilidade urbana até abril de 2019; na prática significa dizer que o assunto ainda se arrastará mais um tempo.

     Neste ínterim, gostaria de comentar e dar alguns exemplos de como as coisas vêm acontecendo há algum tempo: há 8 anos, por conta de uma obra (não me recordo se da Ceg ou da Cerj) nas Duas Pontes, o tráfego foi provisoriamente alterado. A Washington Luiz ficou em mão simples, dali ao Centro (era mão dupla e não era permitido o estacionamento ao longo da via) e o trânsito da Rua do Imperador em direção à Zona Sul, passou obrigatoriamente a entrar na Rua Nélson de Sá Earp (antiga Rua João Pessoa), subir a Monsenhor Bacelar para então novamente, em frente ao Terra Santa, ser retomado o caminho pela Washington Luiz em direção ao Quitandinha. Note-se que a Nelson Sá Earp e a Monsenhor Bacelar tinham mão dupla e não era permitido o estacionamento, como acontece hoje. Como disse, isto foi levado a efeito de forma "provisória" no início da gestão Mustrangi e o "provisório" virou definitivo. Obtive informações que, a CPTrans vai proceder a uma contagem de veículos no local durante duas semanas e que no próximo mês serão apresentados os números. Teremos que aguardar estes números para saber se no passado estávamos errados ou se esta mudança está a contribuir ainda mais para o nó no trânsito do Centro Histórico.

     Outrossim, nunca entendi a colocação de um radar (hoje retirado, por conta da rescisão de contrato com a empresa que explorava os radares em parceria com a Prefeitura, no final do governo passado) na subida da Rua Monsenhor Bacelar; alegavam que era por conta de uma unidade da Apae no local _ bastaria uma faixa de pedestres pintada no chão e um sinal comandado pelo pedestre como existe em frente à UPA na Washington Luiz. Não menos curioso é o fato de que existe uma faixa de pedestres pintada em frente ao ponto de ônibus na Monsenhor Bacelar em frente ao Terra Santa, onde, se um ônibus estiver parado no ponto, o pedestre não pode atravessar a rua. Era só pintar  a faixa mais para a frente ou mais para trás: pintaram-na em frente ao ponto de ônibus, no entanto.

    Enquanto aguardamos o nascimento do plano de mobilidade urbana para que as grandes e necessárias mudanças sejam efetivadas com a vinda de recursos federais para tal, algumas pequenas coisas poderiam ser levadas a efeito, como por exemplo, a abertura do retorno em frente à entrada da garagem do shopping ABC na Rua Tereza; desde seu fechamento, o gargalo foi transferido para a Rua Fernando Fernandes (antiga Rua Chile). Por derradeiro, mas não menos importante, uma das mais sábias providências no trânsito do Centro Histórico, seria a retirada, por completo, dos quebra-molas, inúteis da Rua do Imperador, que para nada servem a não ser tornar o fluxo ainda mais lento (a justificativa de nivelar os dois lados para facilitar a vida dos cadeirantes é uma grande bobagem; para isto, pode-se fazer rampas). 

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