• Nos trilhos

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  • 06/04/2016 11:40

    Acompanho pelo noticiário e em trânsito pelas ruas Aureliano e Teresa, a aflição dos comerciantes pelo esvasiamento de clientes e o consequente encerramento das atividades de muitas lojas.

    – É a crise? Sim. – A culpa?  Da esbórnia deitada ao País pela péssima administração federal. – Atinge Petrópolis? Sim, e nosso Municipio enfiou a Dilma em 3º lugar no último pleito (ela perdeu para o Aécio (1º) e a Marina (2º)…  Quem  ainda recorda?

    Petrópolis, com tantos problemas, tem andado sobre suas pernas de pau, sempre claudicantes. Mas… continua avançando, mesmo ao sabor da eterna política do "toma lá, dá cá",´ processo compensatório que por aqui funciona na base de inaugurações em comunidades depositárias de votos sem muitos questionamentos.

    Mas, retornemos às ruas Aureliano e Teresa. Infelizmente o processo inflacionário tem muito a ver, nas queixas dos empresários,  sobre os excessivos impostos, as absurdas taxas de pedágios, a exploração de estacionamentos com valores pesados,  a infraestrutura das ruas ainda precárias diante da importância que representa a atividade comercial e industrial para a economia municipal.   

    Diante desse quadro, que parece irreversível e poderá comprometer a continuidade de tão expressiva economia, bem sob a vocação da história municípal, uma das soluções é a volta do trem.

    Sim, senhores empreendedores, a volta do trem ao Alto da Serra, com vagões diferenciados para a exploração turística, comercial, de carga e, visualizem bem: a azáfama de alegria pelo deslisar da composição serra abaixo… serra acima… como nos tempos do esplendor imperial.

    Os compradores teriam uma nova (velha, para os antigos) via de acesso, direta, ao centro nervoso do comércio de malhas e derivados, facilitando, por exemplo, a vinda das sacoleiras, que embarcariam no Rio de Janeiro e a ele retornariam em segurança e sob o mágico deslizar dos vagões sobre os trilhos. O trem conduziria os escolares, as familias em passeio, os turistas no aproveitar da visão dos fiapos de teimosa vegetação da Mata Atlântica…

    É um  projeto caro? O que é barato na economia? Recursos, onde buscar? É mutirão, gente, com a aliança do Poder Público, os empresários beneficiados, a população e, por que não, o interesse eleitoreiro da política de plantão?

    Maravilha a volta do trem, moderno, sim; confortável, ótimo; redentor acima de tudo, na retomada de um tempo no qual se escrevia a história com audácia, arrojo e visão de futuro.

    Nossa população e os dirigentes que ela elege na caixeta eletrônica, precisam atentar para aquilo que mais é representativo para Petrópolis: a cultura, que vem de D. Pedro II; a coragem, que vem de Júlio Koeler; a visão que vem de Paulo Barbosa e Amaro Emilio da Veiga; a família, célula implantada pelos colonizadores, operários, distinções sociais e políticas; o amor pela terra que vem de tantos que muito realizaram pela crença em seu destino de jóia brasileira; e, por fim, a visão extraordinária do Visconde de Mauá que ofereceu ao País a implantação da 1ª via férrea: destino Petrópolis.

    O retorno do trem para Petrópolis é um investimento que ensejará, rapidamente, ao Município, sua redenção financeira, assim como a circulação mágica em trilhos de progresso, remeterá às glórias – que temos! – de um  passado ímpar que recheia o melhor da História do Brasil.

    Não são palavras de euforia inóqua e sonhadoras; sim, o espetar nas veias de nossa Petrópolis, o soro, que resgatará da letargia perigosa, a vida e a saúde municipal,  é solução, jamais problema, como alguns insensatos comodistas descartam no desdém da falta de imaginação e vislumbre das melhores soluções.

    O Governo Municipal, que sei, apoia a volta do trem, precisa se mexer, botar diesel nas máquinas, atrelar os vagões e romper trilhos acima e abaixo, na santa cruzada de resgatar para Petrópolis um pouco do melhor de sua história.

    O futuro agradece !

    (Este artigo é dedicado a um grande lutador em favor de Petrópolis, que condenou, em candentes artigos, a retirada dos bondes, amigo dos trilhos, corajoso e realizador, meu pai Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos. Que saudade!).

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