• Noites sem lei: frequentadores de bares causam caos em vias do centro

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  • 04/01/2019 15:10

    Sexta-feira, 20h. Horário quase marcado para começar a dor de cabeça dos moradores da Rua Dr. Nelson de Sá Earp, no Centro. A calçada tomada de pessoas fica praticamente intransitável para quem tem que entrar em algum dos prédios próximos, ou simplesmente passar. A solução? Passar pelo cantinho do meio-fio. Também impossível, a quantidade de gente é tanta que os frequentadores acabam invadindo a rua, e o trecho fica em meia pista. Quem mora nas proximidades já não aguenta mais conviver com a situação.

    Os proprietários dos bares ainda fazem o que podem, obedecem os horários para o fechamento, contratam vigias particulares para controlar a entrada de quem frequenta os estabelecimentos. Mas do lado de fora não há controle. Muita gente leva a sua própria bebida de casa, são coolers e bolsas térmicas com bebidas. Sem contar os ambulantes que tentam driblar a fiscalização de posturas e insistem na venda de churrasquinhos e bebidas em isopores na calçada. 

    Nos prédios, os moradores reclamam da falta de sossego e o medo para entrar e sair das residências. “Semana passada, uma moradora foi ameaçada com uma garrafa quebrada porque estava tentando entrar com o carro na garagem. A maioria é de jovens que consomem bebidas alcoólicas na porta do prédio, urinam na portaria e não respeitam nem quem mora aqui. Está insuportável, e já não sabemos mais a quem recorrer”, disse indignada, uma moradora que preferiu não ser identificada. 

    Caixas de som, barulho do escapamento das motos e o próprio barulho dos frequentadores, quem mora até nos andares mais altos não consegue pegar no sono até as 2h da madrugada, quando o barulho ainda é intenso. “Mesmo depois que os bares fecham, a bagunça continua. Parece que não tem quem reprima a baderna. Tenho um imóvel vazio e não consigo quem alugue, porque com essa bagunça quem se arrisca?”, contou outra moradora.

    Para o comandante da Guarda Civil, Jefferson Calomeni, a falta de educação dos frequentadores é o principal problema no local. “Quando verificamos que há a venda de bebidas ou comida em barracas ilegais, a Guarda age imediatamente. Mas em relação aos frequentadores é necessário uma ação conjunta, que já estamos programando com os outros órgãos, o judiciário, o Conselho Tutelar, a Polícia Militar, todos devem trabalhar juntos para coibir as práticas irregulares no local”, destacou.

    “Carros e veículos também atrapalham a passagem. Motoristas estacionam onde há espaço, independente da demarcação de vagas. Em algumas ocasiões tiveram choques de ordem na rua, promovida pelos órgãos de segurança, mas na semana seguinte, tudo volta ao 'normal'”, relatou outra moradora.

    O comandante da 26º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Vagner Mello, disse que a Polícia Militar mantém um policiamento ostensivo no local. Fazendo sempre um trabalho para inibir atividades ilícitas na rua. E reconhece que há a necessidade de um trabalho feito em conjunto com a fiscalização de posturas, a Guarda Civil e demais órgãos na rua. 

    Barulho e estacionamento irregular preocupam pedestres e motoristas na Rua do Imperador

    Na Rua do Imperador não é muito diferente. Nas quintas-feiras, o trecho da Praça Dom Pedro II até o Banco Bradesco fica em meia pista. Motoristas estacionam carros e motos por todo o trecho. Nem mesmo a ameaça de sanção com multa coíbe a ação irregular. A calçada também fica intransitável para pedestres.

    “Se eu preciso passar ali com um carrinho de bebê ou uma pessoa com uma cadeira de roda, precisa atravessar a rua. É tanta gente, que não tem espaço nem para pedestre”, lamentou uma moradora próxima do local.

    Em resposta, a Prefeitura informou que a Guarda Civil realiza regularmente operações pontuais do choque de ordem nos locais onde há a aglomeração de pessoas em pontos comerciais. Nesses casos, os estabelecimentos são orientados com relação ao som alto, venda de bebidas para menores e horário de funcionamento pela Divisão de Fiscalização de Posturas. As ações também contam com auxílio da CPTrans que realiza ações de conscientização e multa os motoristas que insistem em estacionar nas calçadas. 

    A multa é de R$ 195,23, além de cinco pontos na carteira e sujeito a remoção do veículo.

    Em caso de problemas, os moradores devem solicitar fiscalização pela Divisão de Fiscalização de Posturas, que pode ser acionada pelo telefone 2246-9042.

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