• No Dia da Mulher, um exemplo de mãe, técnica e guerreira

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  • 08/03/2017 15:20

    No Dia da Mulher, a Tribuna presta homenagem a elas, as verdadeiras donas do mundo. Entre as muitas petropolitanas que têm uma história muito bonita de vida, o esporte aparece não apenas para mostrar um talento, mas fez seu uso para superar até dramas pessoais. E Márcia Verônica é dessa gente que viveu desde a sua juventude no desporto, passou por vários clubes, foi abnegada boa parte de sua vida e encarou ainda uma doença de sua filha. Ainda assim, não se rendeu aos problemas da vida.

    Márcia viveu praticamente toda a sua vida no esporte. Com quase 60 anos de vida, a atual técnica de vôlei teve seu início no handebol pelo incrível que pareça ainda na década de 70. Descoberta pelo professor Denoni Pereira Alves quando era aluna do Colégio Dom Pedro II (antigo Cenip), viveu o auge da modalidade do desporto estudantil, além é claro do vôlei. Frequentou as seleções colegiais e até a petropolitana, jogava quase que diariamente e aos poucos o vôlei. E ganhou gosto pela modalidade. Tamanho esforço e dedicação rendeu uma convocação para a seleção brasileira de base. Só não continuou porque não tinha dinheiro para ir aos treinos em São Paulo. Pensa que isto a desanimou? Era apenas o começo da sua luta.

    Apesar do esvaziamento do vôlei na cidade, processo no qual foi muito forte ao longo da década de 80, não foi o bastante para afastá-la do vôlei. Resolveu se engajar ainda mais no esporte, jogando até no Rio de Janeiro para não deixar a modalidade cair no esquecimento. Além de jogadora, começou a atuar como treinadora em colégios, tendo se oferecido até para ser colaboradora, trabalhando gratuitamente em vários projetos. Era uma paixão incrível que a levou a fazer de tudo: cursos pela Confederação Brasileira de Vôlei, estagiou no Fluminense sem abandonar Petrópolis. 

    O amor ao vôlei, no entanto, seguiu por anos a fio. “ Tudo que podia abraçar no vôlei eu fiz”, disse ela. Tal dedicação chamou a atenção até da Federação de Vôlei do Rio, entidade que vê nela uma autêntica representante do esporte na Região Serrana.

    Em dezembro de 2014, porém, veio uma bomba que s tornou um divisor de águas na vida da treinadora petropolitana. A sua filha, Camila, foi diagnosticada com câncer de mama aos 23 anos. Estudante de veterinária na Ufe, Camila precisou muito da mãe para superar a doença agressiva. Foi aí que Márcia Verônica tirou forças para não apenas cuidar de sua pequena, ao mesmo tempo seguir uma vida normal no esporte. Foram tempos difíceis em três anos de luta para dar conta principalmente da parte emocional. “Eu me dividia em trabalho. Foram muitos cuidados com a Camila na luta com radioterapia, colocação de prótese e tudo mais que me deu uma experiência de vida enorme. No ano em que cuidei da minha filha estreei no Campeonato Estadual nas categorias sub-13 e sub-15 pelo Petropolitano. O esporte foi uma tábua de salvação para mim. Hoje tudo foi superado. Camila foi curada do câncer agressivo, se formou no final do ano passado e já trabalha na profissão. O que posso dizer? Me deu mais força ainda para trabalhar no vôlei”, desabafou Verônica.             

    Atualmente, Márcia trabalha como árbitra da Federação de Vôlei do Rio, ainda é técnica das equipes femininas de competição que representam o Petropolitano nas categorias sub-15 e sub-17 feminino. É também coordenadora do projeto social Vôlei Petrópolis, com dois núcleos de escolinhas de vôlei funcionando no Petropolitano e Palmeira, além de representante regional da Liga Rio Vôlei na Região Serrana, onde teve a oportunidade de realizar eventos de vôlei, e trazer algumas etapas para Petrópolis. “Meu desejo é que o vôlei aconteça em Petrópolis, nas comunidades, escolas, clubes e tudo mais”, finalizou.  

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