• Necessidades alheias

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  • 06/03/2020 15:00

     

    Meus amigos, que a Glória de Deus possa unir cada um de nós neste grande palco de crescimento, de caridade a nós mesmos e na busca por discernimentos em nossa caminhada. Por tantas e tantas vezes o Mestre nos impulsiona a caminhar, nos ajuda a buscar um crescimento, nos traz a momentos extremos e a inúmeras divergências, por sermos ainda almas primárias e difíceis, mas, também, nos mostra a Sua grandeza Infinita na paciência, em Seu acompanhamento sublime e perfeito.

    Geralmente, não conseguimos enxergar o que é o melhor para nós, o que nos trará benefícios para a melhoria de nossas almas, mas, acima de tudo, cada criatura sabe o que é, o que faz e o que pensa, tentando entender as muitas razões do percurso de vida, mas esperando sempre que o Pai a privilegie de alguma maneira. Mas eu pergunto a vocês, irmãos: será que merecemos as tantas disponibilidades ofertadas pelo Criador e trazidas por Jesus? Será que conseguimos enxergar o quanto nos dão?

    Temos tanto, usufruímos de belezas, de farturas; caminhamos com nossos próprios pés, utilizamos as nossas mãos, cuidamos das estruturas físicas sozinhos; não dependemos de ninguém, temos a nosso alcance os alimentos a abastecerem o curso diário de uma sequência vivencial. E aqueles, meus amigos, que não têm a mobilidade na matéria, que têm a imobilidade de membros, que não conseguem reter sequer uma migalha de pão para comer? Nós nos esquecemos de que eles existem, porque estão longe de nossos olhos, não é? Mas eles existem, chamam por nós, anseiam por um irmão a lhes acolher, a lhes abrigar, a trazer um prato de comida ou uma palavra calorosa.

    É tão difícil, às vezes, nos desligarmos de tarefas e afazeres, a conseguirmos enxergar estas situações de penúria e tristezas, reter um instante em nossa vida para apreciar as necessidades alheias. Muitos ainda acham que essas observações se aproximam de nós quando a velhice nos toca, quando não temos nada para pensar e só pensamos quando estamos na velhice ou mesmo morrendo, não é? Não, essa visão precisa ser cultivada desde cedo. Precisamos tomar conhecimento dessas necessidades fazendo um pouco por cada criatura sofrida: uma palavra, um abraço, um carinho, uma atenção valerá mais, certamente, do que um palácio pleno de riquezas. Cada alma busca a sua paz e complementação, vamos procurar abastecê-las.

    Não se esqueçam da fome que alcança a muitos nesta esfera, da fome e da ânsia da Luz do Evangelho, a trazer conformidade, entendimento e esperança. A Glória de Deus nos beneficiou com as condições básicas de vida e deixou à nossa frente a mostra desta plenitude irradiando tanto amor, tanta força, tanta energia! Caberá a nós, somente a nós, buscarmos esta fonte de riqueza infinita na prática da caridade. Vamos acolher, em primeiro lugar, a nossa alma. Será ela a primeira pessoa a prestarmos caridade. Quando assim nos consubstanciarmos, ousemos olhar aqueles que caminham ao nosso lado e de quem, por vezes, nos esquecemos. Que a Pátria do Pai possa ser vista como um campo fértil de renovação e crescimento. E que nós, almas ainda em necessidade a manuseios íntimos, possamos continuar buscando as fontes de luz e amor, no exemplo de Nosso Senhor Jesus, o Cristo.

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