• Museus de Petrópolis precisam de investimentos em obras e segurança contra incêndios

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  • 04/09/2018 08:50

    Foi com grande tristeza e comoção que muita gente acompanhou os trabalhos das equipes do Corpo de Bombeiros na contenção do incêndio que destruiu o prédio e boa parte do acervo histórico do Museu Nacional do Rio de Janeiro, na Quinta da Boa Vista. Residência fixa da Família Imperial na capital, a então casa já guardou mobiliário que hoje está sob os cuidados do Museu Imperial. Petrópolis que foi o endereço de verão da família, preserva a maior parte do acervo histórico da Família Real no Brasil. 

    O trágico incêndio que, infelizmente, apagou boa parte da história que hoje conhecemos e através da memória dos museus lembramos, acabou chamando a atenção para como está atualmente o estado de manutenção e, principalmente, os trabalhos de prevenção a incêndios nos museus que são mantidos na cidade. Além do Museu Imperial, o Palácio Rio Negro, Museu Casa do Colono e Museu Santos Dumont, guardam preciosidades da história do Brasil.

    O Museu Imperial, apesar de manter uma rotina de prevenção de combate a incêndios, ainda precisa de investimento na atualização e aquisição de equipamentos de prevenção para o espaço. Os detectores de fumaça instalados não só no prédio principal, como nos anexos, são da década de 90 e contam apenas com a manutenção dos funcionários. Apesar da determinação da lei, a contratação de bombeiros civis ainda está em processo para abertura de uma licitação para a escolha dos profissionais.

    O responsável pela manutenção e serviços gerais do Museu, Wilson de Oliveira, contou que todos os 14 hidrantes que ficam em pontos estratégicos, tanto na parte interna quanto externa do Museu, passam por manutenção e testes regularmente. Assim como toda a parte elétrica é constantemente revisada. 

    Em todas as dependências há extintores, um total de 110. Três cisternas que comportam cerca de 130 mil litros d’água também são uma garantia em caso de incêndio.

    O Museu Imperial possui no setor de museologia cerca de 8 mil objetos tridimensionais, que são mobiliário, quadros, vestuário que pertenceu a família Real, entre eles, um dos tronos de Dom Pedro II, que ficava na residência da capital, o Museu Nacional. O Arquivo Histórico alcança cerca de 200 mil documentos originais: cartas, fotografias, gravuras, registros históricos do século XIII até o início do século XX. A Biblioteca, com aproximadamente 60 mil títulos, com 8 mil obras raras, possui exemplares dos séculos XVII e XVIII e até mesmo um livro publicado em 1567. O espaço recebe em média 350 mil visitantes por ano.

    Exposto para o público está apenas 10% do acervo da museologia. A maior parte fica guardada na área de reserva técnica em outro prédio. Em caso de um incidente como aconteceu no Museu Nacional, o tempo para salvar o acervo de outros prédios seria crucial. 

    O Palácio Rio Negro que foi residência oficial de verão de presidentes da República como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitchek e João Goulart, é administrado pelo Museu da República/Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), assim como o Museu Imperial. O prédio recebe em média 57 mil visitantes por ano. O espaço, bastante procurado por visitantes por seu valor histórico, não recebe a manutenção adequada. Na área externa a pintura é suja, deixando evidente as marcas do tempo.

    O Museu Casa do Colono e a Casa Santos Dumont são administrados pela Prefeitura, que informou que a Encantada receberá, através de convênio assinado em julho, uma verba de R$ 466 mil do governo federal para reforma do telhado e infraestrutura. Mas não informou se os prédios possuem licença do Corpo de Bombeiros e quais são as medidas de prevenção e segurança contra incêndios.

    O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) foi consultado sobre o licenciamento dos museus citados, mas até o fechamento desta reportagem não obtivemos resposta. O Ibram, assim como a Prefeitura, também foi consultado sobre o licenciamento junto ao CBMERJ e quais são as medidas de prevenção e segurança contra incêndios, mas até o fechamento desta reportagem nenhum dos órgãos respondeu aos questionamentos.

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