• Museu no Rio expõe obra inédita de Bispo do Rosário. Mostra tem entrada gratuita

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  • 25/08/2018 12:00

    O Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, vinculado à Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, abriu no sábado (25) a exposição Quilombo do Rosário, que tem como principal atrativo a apresentação inédita da obra África de Bispo, que permaneceu guardada para restauro no Museu Nacional de Belas Artes desde a década de 1990.

    A mostra reúne obras de Arthur Bispo do Rosário, Stela do Patrocínio e Antonio Bragança, que foram internos na antiga Colônia Juliano Moreira, um dos maiores manicômios do Brasil no século 20. A exposição é complementada por obras de artistas contemporâneos convidados.

    Segundo o curador do museu, Ricardo Resende, o mapa da África feito por Bispo do Rosário, exposto ao público pela primeira vez, permite debater a questão da negritude, da arte negra e da cultura afro-brasileira. “Pela primeira vez se traz um olhar do negro na obra do Bispo do Rosário. É o artista negro. Isso nunca foi tratado, na verdade. Sempre se fala da obra, mas nunca se falou do artista negro. A exposição vem em um bom momento”, analisou.

    Entrada livre

    Pensada para ocorrer em 2016, a exposição só está sendo aberta dois anos mais tarde. De acordo com o curador do museu, dificuldades na obtenção de apoio financeiro retardaram a execução. A mostra ficará aberta à visitação até fevereiro de 2019, com ingresso livre para o público de todas as idades. “O Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea é uma instituição 100% pública, então nós não cobramos ingresso”, destacou Ricardo Resende.

    A exposição tem patrocínio da prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, e da Via Rio, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei do ISS.

    Quilombo

    No local onde funcionou a Colônia Juliano Moreira, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, e onde está instalado o Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, existiu o Engenho Nossa Senhora dos Remédios no século 17. As ruínas podem ser observadas ainda hoje no local, deixando evidentes as características dos habitantes de quilombo.

    “É nesse sentido que o universo criado por Bispo do Rosário é quilombo, lugar de resistência, luta, mas principalmente de reinvenção, que começa na cabeça, com o quilombo de memórias culturais, intelectuais e afetivas, e percorre o corpo, recria estéticas, pertencimentos, territórios”, informou a assessoria de imprensa do museu.

    Atividades paralelas, como apresentações de capoeira, jongo e cortejos, serão promovidas hoje em paralelo à exposição. Também ocorrerá a tradicional Feijoada de Preto Velho, realizada há várias gerações no dia 13 de maio, na antiga sede do engenho colonial.


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