• Município estuda recuperação de bens históricos deteriorados

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  • 08/01/2017 07:00

    A preservação do patrimônio histórico em Petrópolis deve voltar a ser discutida pelo novo governo, que assumiu no dia 1º de janeiro. A cidade é repleta de casarões históricos e prédios tombados que ajudam a compor a história de uma Cidade Imperial. Ao todo, são 800 bens tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), 473 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), além de outros imóveis que são incluídos no que se chama de ambiência, ou seja, estão localizados no entorno dos bens tombados e, portanto, não podem ser alterados sem autorização do Instituto. Já o município é responsável por 5,3 mil imóveis tombados.

    Porém, o cenário atual não é muito animador, considerando que muitos desses bens tombados encontram-se em repleto estado de abandono. Mas de acordo com a prefeitura já estão sendo estudados mecanismos para viabilizar o reparo de alguns bens tombados. 

    O casarão da Rua Alberto Torres é um desses imóveis tombados, adquirido pela administração passada que pretendia transformá-lo em um local para atividades culturais na área audiovisual. Porém, o projeto não saiu do papel e a cada dia o imóvel apresenta um estado de deterioração ainda maior. O governo municipal, em 2014, chegou a firmar convênio com a Secretaria de Estado de Cultura para contratar a empresa para elaboração do projeto executivo de restauração do imóvel, com recursos provenientes do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Rio de Janeiro (Padec). O projeto detalhado do espaço foi concluído, mas ficou aguardando os recursos necessários para a execução. 

    A fachada do Theatro Dom Pedro também está aguardando a recuperação. Tombado pelo Iphan, o imóvel apresenta azulejos quebrados, pichações (principalmente nas laterais), pintura em péssimo estado e infiltrações. No ano passado, a prefeitura havia informado que as obras de restauração do prédio seria executada por meio de convênio com o Ministério do Turismo, que ia destinar R$ 1,8 milhão para as intervenções. O convênio previa duas etapas, incluindo elaboração do projeto executivo e execução da obra. No ano passado, o governo estava aguardando apenas a finalização do termo de referência para a abertura do processo licitatório para a contratação da empresa que ia elaborar o projeto executivo. Aguardava também o repasse de recursos do Governo Federal. 

    O Theatro foi inaugurado em 1933, pela família D'Angelo e, na época, o local comportava receber mil pessoas divididas entre a plateia tradicional e os 17 camarotes. Atualmente, o espaço conta com 500 lugares. Apesar de as notícias sobre o convênio, o imóvel continua apresentando o completo estado de abandono. 

    O novo governo se comprometeu também a dar continuidade à recuperação do quadro da pintora Djanira, que fica no Liceu Cordolino Ambrósio, avaliado em R$ 2 milhões pela Bolsa de Arte do Rio de Janeiro. A obra ocupa uma das paredes do salão nobre do Liceu Municipal Cordolino Ambrósio e por estar deteriorada passou no ano passado pelo processo de faceamento, onde toda a pintura foi coberta com um material chamado Beva, com objetivo de preservar a obra de arte, que está sofrendo os efeitos do desgaste dos anos. 

    O quadro foi doado por Djanira na época da fundação da escola, em 1953. Já o processo de restauração foi uma iniciativa da Secretaria de Educação do município em parceria com a Fundação de Cultura e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Depois do faceamento, seria aberto um processo de licitação para iniciar a total recuperação da obra, que retrata a história de Petrópolis. Porém, até o fim do governo passado, nada foi feito.  

    Para Mauro Corrêa, coordenador do Instituto Civis a preservação desses imóveis é fundamental. "As pessoas vêm para Petrópolis para ver uma arquitetura preservada de um período da nossa história. Mas hoje o que elas encontram são imóveis deteriorados", disse. Ele lembrou ainda que, quando o Rubens assumiu, o Civis e a Ama-Centro Histórico, pediram a criação de um departamento de patrimônio dentro da Fundação de Cultura, que ajudaria a identificar esses imóveis que precisam ser recuperados. "Com a restauração, eles podem se tornar mais um atrativo para Petrópolis. Não podemos esquecer que o futuro da cidade deve acontecer pelo turismo e pela área de tecnologia de ponta", finalizou. 

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