• Morre em Petrópolis, aos 91 anos, o ex-piloto Mário Olivetti

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  • 11/06/2020 13:50

    Morreu na noite desta quinta-feira (11) o ex-piloto petropolitano Mario Olivetti. Ele tinha 91 anos e estava internado desde o dia 25 de maio no Hospital Santa Teresa, após ter sofrido uma fratura no fêmur. O ex-piloto chegou a ser operado, passou uma semana na UTI e foi para o quarto, mas o organismo, debilitado, não respondeu bem. O corpo será velado na funerária Rui Ligeiro a partir das 12h. O velório será aberto, mas não pode haver aglomeração. O sepultamento está marcado para as 16h, no Cemitério Municipal.

    Filho de pais analfabetos, Mário Olivetti costumava contar que, quando pequeno, seu pai dizia que seria açougueiro quando crescesse. Já aos oito anos negava esse futuro e garantia que seria piloto. Começou a trabalhar cedo e, mesmo depois de estudar Contabilidade e atuar na área, não deixou o sonho de lado. Em 1956, voltou para Petrópolis e começou a correr. Não demorou a despontar. Na carreira, foi tricampeão carioca e campeão brasileiro de marcas em 1970.

    Um dos cinco filhos do piloto, Mario Vitor diz que o pai gostava da natureza, das montanhas, de carros e, é claro, de velocidade. Sempre manteve um estilo de vida saudável – nunca fumou nem bebeu. E foi piloto a vida toda. Ele conta que uma vez, o pai, já idoso, foi parado pela polícia quando estava dirigindo. “Ele estava usando capacete ao dirigir”, conta, aos risos.

    Mário Olivetti sempre manteve o contato com o mundo dos carros, mesmo quando estava fora das pistas. Comprava e vendia veículos regularmente, tendo inaugurado nos anos 70 uma concessionária Alfa Romeu em Petrópolis, na Rua do Imperador.

    Na memória da família, diz o filho, fica um homem determinado, amável e muito ativo. Um campeão! “Para a família, ele deixa a lição de um vencedor. Pessoa de origem humilde, mas que sempre se destacou em tudo o que fez!”.

    Nora de Mário Olivetti, Patricia Carvalho Hugueney relembrou a rotina ao lado do piloto. “Tive a honra e a alegria de conviver com nosso Mário Olivetti, o Mário-pai, como carinhosamente o chamava, em seus últimos dois anos e meio de vida. Jogamos sinuca – ele era muito bom (normalmente, jogávamos ele, Mario Vitor, meu pai e eu), cantamos alguns parabéns em aniversários da família juntos, compartilhamos momentos alegres, em família, e muitas refeições diárias, aqueles momentos sagrados do dia entre eu, ele e seu filho Mario Vitor. Às vezes ele me contava histórias de sua vida, se lembrava de tudo. Minha vontade era gravar, mas não dava para interromper. Uma riqueza impressionante de detalhes. Ele citava todos os nomes dos envolvidos, lembrava onde moravam… tudo.. sua memória era realmente incrível”, relembrou.

    “Sua alegria com o tempo foi dando espaço a um silêncio cada vez maior. Silêncio no qual ele mergulhava e passava seus dias, mas sempre quando olhava nos olhos, o carinho era radiante. O guardo com muito amor, admiração e gratidão em meu coração, para sempre”, disse, sem esconder a emoção. “Que nosso Pai o abrace em luz. Nosso campeão me deixa uma lição de desprendimento, humildade, simplicidade, alegria, perseverança e força. Gratidão”, completou.

    Mário Olivetti deixou cinco filhos, sete netos e um bisneto.



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