• Moradores rua chamam atenção na cidade

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  • 08/12/2016 18:10

    Mesmo depois de várias ações da Secretaria de Trabalho, Assistência Social e Cidadania, a presença de moradores de rua chamam a atenção de quem passa por alguns pontos do centro da cidade e desperta preocupação por parte dos moradores dessas regiões. 

    Na semana passada, a Coordenadoria de Fiscalização, em conjunto com a Setrac e também com a Polícia Militar, promoveu uma ação para retirar um grupo de pessoas que montou um acampamento com barracas em plena Irmãos D'Ângelo. Eram dois casais naturais de Curitiba, no Paraná, que recusavam acolhimento durante as visitas do Setrac, mas sempre voltavam para o local. 

    A ação foi realizada depois de inúmeros pedidos de pessoas que moram na região, que é uma das áreas mais nobres do Centro Histórico. Os casais chegaram a ser assistidos pela prefeitura e pediram ao órgão que disponibilizasse a volta deles para a cidade natal. Na ocasião, a Setrac chegou a assisti-los, mas eles voltaram a dormir no local. 

    A situação é parecida na Rua Barão de Teffé, onde a calçada do prédio da Previdência Social serve de moradia para uma família desde o início do ano. Há alguns meses, uma das moradoras de rua, que estava grávida, acabou sendo retirada do local, mas o seu companheiro continua dormindo na calçada. 

    Na manhã de quinta-feira (8), uma mulher foi vista dormindo nos jardins da Catedral São Pedro de Alcântara, um dos principais pontos turísticos e a mais importante Igreja da Diocese. Ela estava enrolada em meio a papelões. 

    Cenas semelhantes são vistas diariamente em outros pontos turísticos como nas calçadas do Theatro Dom Pedro e até mesmo nas proximidades da Câmara Municipal. “Aqui no Theatro as calçadas ficam fedorentas. Eles dormem, fazem necessidades em meio aos cobertores e papelões e a gente fica tendo que conviver com essa situação. Ficamos com pena, mas não podemos dar casa para eles. E algumas dessas pessoas são agressivas. Não sabemos se fazem uso de drogas, nem mesmo o motivo pelo qual elas vivem desse jeito. Só queremos uma solução, porque fica feio para uma cidade linda como a nossa. O turista que chega aqui e vê isso pensa que a nossa população não é solidária”, contou a balconista de uma loja próxima. 

    Praça do Skate ainda é um problema

    Um dos pontos da cidade onde é mais fácil se ver moradores de rua é a Praça Duque de Caxias, conhecida popularmente como “Praça do Skate”. Conforme já publicado inúmeras vezes pela Tribuna, o local é ponto de encontro de muitos que vivem nessa situação. Por lá é comum ter fogareiros, fogueiras improvisadas e até mesmo cenas de sexo. “A maior parte deles faz uso de bebidas alcoólicas e acaba fazendo algumas coisas aqui que nos incomodam e muito. Primeiramente é com relação às necessidades fisiológicas, porque ninguém consegue ficar sem ir ao banheiro. E como eles não tem lugar, acabam fazendo aqui mesmo. Além do mau cheiro ainda tem a questão muito desagradável que é o tumulto. Eles fazem barulho, assustam os clientes e além de tudo já fizeram até mesmo sexo explícito aqui na praça. É sem dúvidas um incômodo. Mas, claro, não podemos também simplesmente escorraçá-los daqui. Deve-se ter uma preocupação maior”, disse um comerciante. 

    População vai ao Ministério Público

    Moradores e comerciantes do Centro Histórico devem protocolar hoje ofício no Ministério Público pedindo providências urgentes com relação à situação dos moradores de rua da cidade. No grupo responsável pela mobilização há, pelo menos, dez síndicos, entre eles Alvanei Santos, que também é comerciante. “Juntamos várias entidades e estamos fazendo um ofício. Vamos fazer em conjunto e quando entrar o novo governo vamos protocolar também. Precisamos de união. Tenho loja na rua e sou síndica de um prédio próximo. Não estamos brigando por um bem isolado, mas sim por um bem comum, que diz respeito a todos nós. Pagamos impostos para isso”, explicou Alvanei. 

    Prefeitura faz trabalho constante

    O trabalho de abordagem a pessoas em situação de rua é permanente e realizado por equipe especializada da Setrac. Hoje, o município mantém o Núcleo de Integração Social e o Centro Pop, para acolhimento dessas pessoas. A prefeitura também oferece o Consultório na Rua, com atendimento médico e odontológico.


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