• Moradores do Atílio Marotti cobram creche

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  • 09/05/2017 12:19

    As obras do Centro de Educação Infantil Irmã Dulce, no Atílio Marotti, estão paralisadas desde o fim do ano passado. As intervenções deveriam ter sido concluídas em novembro, mas até hoje nenhum sinal de que as intervenções estão no fim. Pelo contrário: o local está com os portões trancados, aspecto de abandono, e os alunos foram transferidos para outra unidade, no Retiro.

    Quem tem filhos pequenos reclama do descaso. “Minha filha tem dois anos. Não tenho com quem deixá-la enquanto eu trabalho. Cheguei a perder proposta de emprego por não ter com quem deixá- la”, lembrou, explicando que, na segunda proposta de emprego, optou por deixar o filho com a mãe, na esperança de a creche reabrir. “Minha mãe já criou os filhos dela, mas recusar a segunda proposta de emprego não seria aceitável”, completou.

    A cuidadora de idosos Marisol Aparecida Leal tem uma irmã que passa pelo mesmo problema. “Ela tem dois gêmeos e estudar no Retiro fica quase inviável. Tem que acordar bem mais cedo, pegar ônibus com a criança, levar até a creche, voltar de ônibus para poder resolver as outras coisas. Antes nós tínhamos tudo aqui no bairro, sem precisar sair. Além de ser um transtorno, é inaceitável ficar sem uma unidade de educação aqui”, lamentou.

    A cuidadora disse que já recorreu à Prefeitura para tentar resolver o problema. “Estamos questionando porque eles, quando assumiram a cidade, já sabiam dos problemas que existiam. Agora alegam que não têm dinheiro para continuar?”, questionou.

    Tudo começou em novembro de 2015, quando um curto-circuito despertou a atenção dos moradores para possíveis riscos de acidentes no local, que tinha uma estrutura precária. Depois de meses de pedidos e negociação com o governo municipal, no mês de maio de 2016 a Prefeitura iniciou as intervenções no espaço. O prazo para conclusão era de 150 dias, no entanto, segundo moradores, a reforma foi interrompida na troca de gestão. 

    Em março deste ano, equipe da Secretaria de Educação esteve no local e anunciou que reavaliaria toda a intervenção feita no ano passado, verificando o motivo pelo qual a obra foi interrompida. No entanto, até hoje, nenhum sinal de conclusão. 

    “É um patrimônio largado ao tempo. Um patrimônio que tem um valor muito mais do que material. Tem um valor muito importante para a sociedade, porque é aqui que as crianças vão ter suas primeiras aulas, sua educação inicial para viver numa estrutura de sociedade. Uma escola a mais pode não fazer tanta diferença, mas uma escola a menos é uma tragédia”, disse Jorgina Salimelli, educadora. 


    A Secretaria de Educação de Petrópolis disse que as obras ainda estão sendo reavaliadas. Segundo o órgão, em análise preliminar, a avaliação já apontou que o local não tem condições de abrigar crianças – de nove meses a cinco anos — dada a precariedade das instalações. Por meio de nota, o órgão disse que “garantiu a continuidade do transporte escolar para os alunos para que eles sejam direcionados ao CEI do Retiro, que está absorvendo os estudantes e está à disposição dos responsá- veis para qualquer dúvida”. 

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