• Morador de rua é esfaqueado na porta da Catedral

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  • 24/02/2016 10:20

    Na manhã de segunda-feira, um homem identificado como Rafael da Costa Medeiros Ferreira foi esfaqueado no jardim da Catedral São Pedro de Alcântara. O crime aconteceu na avenida Ipiranga, enquanto Rafael dormia nas escadas da última porta da igreja.

    O socorro foi realizado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 7h10. A vítima era do Rio de Janeiro e foi encaminhada para o Hospital Santa Teresa. A unidade informou que notificou os órgãos competentes, mas não há registro na Polícia.

    O único documento deixado para trás junto com a mochila de roupas e o pote no qual pedia comida foi uma carteira de trabalho. Nela consta que Rafael é natural de Nilópolis, região Metropolitana do Rio de Janeiro.

    Os motivos da vinda para Petrópolis nunca foram comentados pelo rapaz. A motivação para o crime é uma incógnita para quem o conhece. De acordo com o funcionário da Catedral, Durval Souza, segunda-feira de manhã, quando chegou para trabalhar, Rafael estava sentado na calçada encostado em uma das muretas e ensanguentado. Ele tinha um corte na cabeça e instantes depois do pedido de socorro, uma ambulância dos Bombeiros chegou ao local. “Assim que abri a porta ele me pediu socorro e disse que tinham esfaqueado ele enquanto dormia.

    Ele estava ferido apenas na cabeça e com a blusa cheia de sangue. Liguei para o Samu, mas enquanto ainda estava ao telefone, os Bombeiros chegaram e prestaram o primeiro atendimento, depois o levaram para o hospital. Provavelmente alguém que veio no banheiro fez a ligação”, fala.

    Rafael estava dormindo na porta da Catedral há pelo menos três meses. Reservado, embora simpático, ele não contou aos funcionários da igreja o motivo de recorrer às ruas. Quem conhecia Rafael estranhou o acontecido, já que nunca o viram envolvido em brigas. “Assim que abria as portas, ele juntava as coisas dele e ia embora. Ele é tranquilo e às vezes lê e vai às missas da manhã. Trabalho aqui há oito anos e nunca vi isso acontecer antes”, disse Durval.

    A funcionária da Comdep, Maria Roseli Casimiro, que cuida dos banheiros do local, também sentiu o acontecido e disse que quando chegou já tinham levado Rafael para o HST. “Ele é educado, está sempre limpinho, toma banho e escova os dentes. É caprichoso e as meias dele são clarinhas.

    Ele se dá bem com todo mundo e sempre quando eu chego ele me pergunta se eu trouxe café. Conversamos poucas coisas. Ele nunca ‘abriu o livro’, perguntamos por que ele está aqui e ele nunca falou. A única coisa que sabemos é que ele tem pai e mãe. Ele sempre me pede para orar por ele”, conta.

    De acordo com a secretária da Setrac, Fernanda Ferreira, não há um número certo de quantos moradores estão em situação de rua. “Temos pouca população de rua. Temos muitas pessoas que vêm ao município e estão de passagem ou dependentes químicos que precisam de um atendimento especializado”, disse

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