• Missa e atos em Petrópolis e no Rio homenageiam Marielle no aniversário de sua morte

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  • 12/03/2019 11:00

    Diversas praças, monumentos e prédios públicos amanheceram com homenagens a Marielle Franco, vereadora assassinada no dia 14 de março do ano passado, ao lado do motorista Anderson Gomes. Faixas, banners, cartazes e fotos enfeitavam pontos como a Praça Dom Pedro, no centro de Petrópolis, e também o Largo do Machado, os Arcos da Lapa, a Câmara de Vereadores, o Largo da Carioca, a Praça Tiradentes e a Assembleia Legislativa, no Rio de Janeiro.

    Em meio a frases que lembram as bandeiras defendidas por Marielle, como “eu sou porque nós somos” e “mulheres não serão interrompidas”, figurava a pergunta “Quem mandou matar Marielle?”, que continua sem resposta mesmo depois da prisão, na terça-feira, de dois acusados de terem executado o crime, o policial militar reformado Ronnie Lessa, suspeito de atirar, e o ex-PM Elcio Vieira de Queiroz, suspeito de dirigir o Cobalt que seguiu Marielle naquela noite. As autoridades garantem que as investigações vão continuar.

    Missa na Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, lembra um ano do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

    A missa de um ano da morte de Marielle e Anderson foi celebrada às 10h na Igreja da Candelária, no centro da cidade. Depois da cerimônia, os pais de Marielle conversaram com a imprensa. A mãe, dona Marinete da Silva, agradeceu todas as homenagens em memória de sua filha.

    “Eu agradeço, é um dia de dor, para a gente estar junto, mas é também um dia de muita tristeza, porque um ano não é fácil o que a gente tem vivido hoje. Então eu agradeço a todos que estão aqui, por esse carinho, por esse afeto, para reverenciar cada vez mais a memória da minha filha, num dia que é sagrado pra família”.

    Marinete disse que a missa é um momento importante para a família, que é católica. “É isso que Marielle pregava, ela era uma moça católica, foi catequista, em cima de todo o simbolismo que a gente tem como católico, como cristão, é reverenciar essa memória dessa maneira”.

    Sobre a reunião que teve nessa quarta-feira (13) com o governador Wilson Witzel, Marinete disse que o tamanho do símbolo que Marielle se tornou hoje supera qualquer atitude desabonadora que ele possa ter tido. Durante a campanha eleitoral do ano passado, Witzel foi fotografado ao lado de candidatos a deputado que quebraram uma placa que homenageava a parlamentar.

    “Ele me pediu desculpa, disse que não estava diretamente no ato, a gente sabe que foi uma atitude isolada, que não foi uma atitude decente. Eu falei com o governador como minha filha é grande. Ele conseguiu emoldurar um pedaço da placa e pôs no gabinete dele para ver todos os dias. O tamanho dessa mulher não existe, ela transcende tudo que ele fez, tudo o que o Brasil precisa ouvir dessa menina, ela ultrapassou os limites”.

    O pai, Antônio da Silva, agradeceu todo o apoio e solidariedade que a família tem recebido, mas desabafou que a dor não diminui. “Ameniza um pouco, porque a dor é muito grande, o vazio é enorme”, disse.

    Sobre a prisão dos policiais, Antônio disse ser “inadmissível” que agentes do estado, “pagos com nossos impostos”, procedem dessa forma. “Eu penso que as pessoas que fazem essa seleção deveriam ter essa preocupação de colocar lá pessoas com índole boa, para que não façam o que fizeram com a minha filha a outras pessoas”.

    À tarde, um ato na Cinelândia prossegue com as homenagens à memória de Marielle.

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