• Mercado de trabalho: cerca de 36% das vagas para deficientes em Petrópolis não foram ocupadas

  • Continua após o anúncio
  • Continua após o anúncio
  • 07/12/2019 13:16

    Cerca de 36% das vagas no mercado de trabalho destinadas a pessoas com algum tipo de deficiência não foram preenchidas em Petrópolis, no ano passado. Os dados são do Ministério do Trabalho e revelam que em 2018, havia 954 postos abertos, desses, 611 (64%) foram ocupados. A quantidade maior de vagas estava na indústria, que abriu no ano passado, 208 vagas para este público. O setor de transporte e de serviços vem em seguida, com mais de 170 empregos para deficientes.

    leia também: Ceter oferece 15 vagas de emprego e estágio esta semana

    O cobrador Júlio Sérgio, de 35 anos, está no grupo de trabalhadores que conseguiu uma oportunidade no mercado formal. Há um ano e quatro meses ele foi contratado pela empresa Cidade Real depois de quase dois anos desempregado. “Foi difícil encontrar uma empresa que quisesse me dar emprego. Não é fácil um trabalho formal depois que você sofre um acidente e passa a ter restrições de algumas atividades”, disse.

    Júlio trabalhou como cozinheiro em um restaurante por sete anos, quando ele sofreu um acidente em 2014. Ele perdeu a mobilidade de um braço direito depois que passou por cirurgias e colocou uma placa de platina. As dificuldades em fazer algumas atividades o impediu de continuar na profissão. “Comecei a procurar qualquer coisa, qualquer ocupação servia. Foi quando consegui essa oportunidade aqui na empresa de ônibus”, comentou o cobrador.

    Desde 1991, uma lei federal obriga empresas a destinarem cotas para deficientes. O texto prevê que empresas com mais de 100 funcionários tenham em seu quadro de empregados ao menos 2% de pessoas com deficiência. O percentual aumenta de acordo com a quantidade de trabalhadores, chegando a 5% para companhias com mais de mil funcionários. Para o serviço público, a legislação determina que sejam reservados até 20% das vagas de concurso público para este público.

    Para o cumprimento da lei federal, o Ministério do Trabalho realiza fiscalizações periódicas nas empresas em todo o país. Em 2018, foram 58 vistorias em Petrópolis, que resultaram na inclusão de 93 pessoas com deficiência no mercado do trabalho. Também foram lavrados 13 autos de infração por violação da lei. 

    Para a gerente do Sindicato das Empresas de Transporte de Petrópolis (Setranspetro), Carla Rivetti existe uma grande dificuldade em preencher as vagas devido às limitações do setor. “Em sua maioria, os cargos oferecidos são para as funções de motorista e cobrador, o que dificulta um pouco o preenchimento das vagas. Ainda assim, participamos sempre das ações voltadas à empregabilidade desse público. Além de cumprir com a legislação, também sabemos que há muitas pessoas com algum tipo de deficiência ou mobilidade reduzida que são completamente capacitadas para entrar ou reingressar no mercado de trabalho”, ressaltou a gerente.

    Este mês, o presidente Jair Bolsonaro enviou à Câmara de Deputados um projeto de lei que desobriga as empresas de adotarem uma política de cotas para pessoas com deficiência ou reabilitadas. Conforme o texto, elas podem substituir a contratação pelo pagamento de um valor correspondente a dois salários mínimos mensais. O projeto ainda está em discussão.

    Estima-se que 15% dos moradores de Petrópolis, mais de 40 mil pessoas, tenham algum tipo de deficiência de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

     

     

     

    Últimas