• Mensalidades escolares sobem até 15% em 2017

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  • 01/11/2016 09:55

    A mensalidade das escolas particulares deve subir de 9% a 15% em 2017. O aumento previsto está bem acima dos 7,3% estimados para a inflação deste ano, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Banco Central (BC). Em Petrópolis, escolas particulares buscam melhores estratégias para superar a crise – assim como os pais dos alunos.

    Juliana Mafra, de 36 anos, recepcionista, conta que já recebeu a informação do aumento na mensalidade do filho mais velho no Colégio MV1 para o ano que vem: 9,65%. Ela aguarda agora qual será o reajuste dos outros dois filhos mais novos. “Sendo um filho só acho que não pesaria tanto, mas sendo mais de um filho fica puxado. Isso sem contar a lista de material que é por fora – estão cada vez mais caras e maiores”, disse.

    O aumento nas mensalidades é definido por escola autonomamente, de acordo com seu orçamento e demandas. Apesar disso, a Lei 9870/99 determina que as escolas particulares possuam como comprovação de seu índice de reajuste de mensalidade uma planilha de custos ou análise financeira feita com base em toda estrutura de custos e alunos da escola.

    Diante da crise, cada escola busca fazer seu planejamento e reajuste da melhor forma. 

    O Colégio PH, por exemplo, adotou uma “política de preços diferentes”, de acordo com o diretor Rafael Louro. O aumento de 9,61% se baseou apenas no reajuste que a escola terá que fazer no salário dos professores – esse cálculo foi baseado na média do reajuste pedido pelo sindicato dos professores nos anos anteriores. “Se tudo que tiver de custo extra a gente transferir para as famílias, vamos contribuir para a inflação. Nós reavaliamos e, como medida diante da crise, decidimos colocar o nosso orçamento para baixo”, disse. O diretor estima que o aumento nas demais escolas particulares da cidade esteja em torno de 12%.

    Já o Colégio Anglicano de Araras, que possui apenas o Ensino Médio particular – o Ensino Fundamental é público e tem convênio com a Prefeitura –, decidiu não reajustar a mensalidade para o ano de 2017. “Nós tomamos essa decisão levando em conta o nosso público, para manter os alunos na escola”, informou o presidente da mantenedora do colégio, Carlos José Machado, que também é o delegado representante do Sindicato das Escolas Particulares (Sinepe) em Petrópolis. De acordo com Carlos, o índice de inadimplência tem sido grande e a escola busca negociar com os pais. “Na minha visão, a escola que aumentar mais que 10% pode ter problemas, pois os índices de inflação têm diminuído. A escola que quiser sobreviver tem que olhar muito bem a sua planilha de custo e conhecer a fundo o seu público”, disse.

    O Sindicato dos Professores de Petrópolis e Região (Sinpro) informou que até agora, de 2015 para 2016, não sentiu evasão de alunos das escolas particulares para escolas públicas, mas que está preocupado com as matrículas do ano que vem. “Pelo que temos ouvido por parte das entidades há uma preocupação com a queda no número de matrículas para 2017. O nosso receio é com relação ao desemprego que isso pode trazer para a nossa categoria”, disse o presidente do Sinpro, Frederico Fadini.


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