• Medida provisória autoriza descontos para quem optar por pagar em dinheiro

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  • 28/12/2016 12:09

    Uma Medida Provisória publicada ontem pelo Governo Federal vai permitir que comerciantes possam cobrar preços diferenciados por produtos e serviços dependendo da forma de pagamento (cheque, dinheiro ou cartão). Ou seja, a partir de agora, uma prática que já era comum na cidade, mas que não era permitida por lei, passa a ser legalmente aceita. Assim, quem for pagar por uma compra à vista e no dinheiro, por exemplo, poderá ter desconto. A medida motiva ainda mais o brasileiro a não embarcar em dívidas com o cartão de crédito. O governo anunciou a mudança como parte do pacote de medidas microeconômicas para reduzir custos das empresas, aliviar dívidas de pessoas físicas e jurídicas e reduzir a burocracia do comércio exterior.

    Em Petrópolis, muitas lojas já praticam essa forma de cobrança e os empresários acreditam que funciona. Donas de uma sapataria na Rua Alencar Lima, Rosângela Grijó e Daiane Grijó comentaram que o desconto para quem paga no dinheiro é um grande motivador para os clientes. E elas acreditam que realmente é preciso um diferencial para incentivar aqueles consumidores que optam pelo pagamento no dinheiro. “No caso do cartão de crédito acho justo que a cobrança seja um pouco maior, porque pagamos muitos encargos pela utilização dele. Seja no ato da compra ou até mesmo os custos de aluguel da máquina”, explicou Rosângela, acrescentando que o cliente quando sabe que tem desconto à vista acaba preferindo essa forma de pagamento para economizar. 

    Para atrair os consumidores em dezembro, a empresária contou que ofereceu um desconto ainda maior: de 20% para pagamento à vista. Com isso, conseguiu superar o número de vendas do ano passado. Apesar de o movimento ter sido intenso durante todo o mês, ela disse que a última semana antes do Natal realmente surpreendeu. 

    Também gerente de uma sapataria na Rua 16 de Março, Taiane Justen contou que 40% das vendas de fim de ano foram pagas à vista, mesmo sem oferecer desconto. Ela disse que esse foi um comportamento atípico do consumidor nesse período e pelo que observou foi provocado pela preocupação do cliente em não se endividar. “Notei um público consciente, principalmente com relação às contas para pagar em janeiro. Por isso optaram por pagar no dinheiro”, comentou ela, que considera a Medida Provisória como positiva para o comércio. 

    Taiane contou ainda que as vendas deram uma alavancada em dezembro, mas um pouco abaixo da expectativa. Além disso, afirmou que a maior parte dos clientes deixou para comprar em cima da hora e foi para as ruas na sexta-feira e no sábado. “E a maioria comprou para uso próprio. Foram poucos presentes”, finalizou. 


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