• Maquiavelismo capenga na reeleição de Dilma

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  • 07/03/2016 11:35

    Quem não votou em Dilma cultivou meses de decepção com o resultado das últimas eleições presidenciais. Como integrante de uma imensa legião de desapontados, tive muita dificuldade de entender a opção dos eleitores que acreditaram nas mentiras orquestradas pelo diabólico João Santana com pleno apoio do PT & (má)Cia., vale dizer, Lula e Dilma. Mas a História, aquela velha e experiente senhora, nos surpreende com suas reviravoltas inesperadas.

    Para dar contexto histórico ao ocorrido, vale relembrar a Segunda Guerra Mundial e o famoso Pacto Molotov-Ribbentrop de não-agressão entre a URSS e a Alemanha Nazista. Quando Hitler rompeu o Pacto, em 1941, e mandou invadir a Rússia, a cabeça de Stálin deu um nó dialético que o deixou prostrado por alguns dias. Afinal, comunismo e nacional-socialismo, e não nacional-capitalismo, tinham lá suas íntimas afinidades ideológicas de regimes totalitários. Sem dúvida, um erro estratégico de Hitler que o colocou no meio de duas forças poderosas, os Aliados e Stálin, que acabaram por esmagá-lo. A ajuda fornecida à URSS pelos EUA sob a forma de armas e equipamentos foi fundamental para a reação da União Soviética. Entretanto, o empenho desta última na luta contra o nazismo desempenhou papel imprescindível na vitória das democracias. Um daqueles resultados positivos obtidos por vias tortas.       

    Não foi muito diferente, guardadas as proporções, o que ocorreu com a “vitória” da dupla Dilma-Lula em 2014. Um grande amigo meu, advogado bem-sucedido, me chamou a atenção para essa interpretação (maquiavélica) alternativa, com efeitos positivos de longo prazo, da derrota de Aécio Neves. As mentiras que reelegeram Dilma, e que a desmascaram hoje junto à opinião pública, teriam tido um efeito muito favorável ao PT para as eleições de 2018. Seria o palanque perfeito para denunciar o ajuste inevitável que Aécio já teria implementado caso tivesse ganho as eleições. As agruras por que o País vem passando, causadas pelos 13 anos de (des)governo petista, seriam debitadas na conta do PSDB.  O PT juraria que jamais adotaria tais medidas (necessárias), e diria que deixou claro na campanha a maldade que Aécio Neves já vinha maquinando contra o povo brasileiro. Um cenário perfeito para buscar retomar a presidência da república em 2018 com Lula, com chances reais de levá-la. 

    A despeito do preço muito elevado que o País está pagando pelos desmandos de toda sorte de Dilma, Lula, PT e sua camarilha nesse segundo mandato, ele permitiu abrir os olhos da população, em especial de grande parcela do eleitorado de Dilma por ela enganada na campanha de 2014.

    Sem esses primeiros 14 meses do segundo mandato, e as trapalhadas que ela e sua equipe medíocre continuam fazendo, seria quase impossível desmascarar o PT como organização criminosa. Um caso explícito de perda de registro do partido, providência que já deveria ter sido tomada face às evidências escancaradas na delação de Delcídio Amaral. Isso em nada arranharia a democracia brasileira, muito pelo contrário, exaltaria sua vitalidade ao não permitir que o dinheiro público possa ser surrupiado em volumes nunca vistos na história republicana deste país, bem diferente daquela do século XIX.

     Mas ri melhor quem ri por último. O eleitorado mirou no que viu e acabou acertando no que não viu, onde estava o alvo certo. Tudo leva a crer, face à possibilidade concreta de anulação do pleito de 2014 ou da retomada do processo de impeachment, que Dilma não conseguirá emplacar mais um ano de mandato. Léon Bloy, pensador católico, no período em que viveu no Brasil, se encantou com nosso dito popular que “Deus escreve certo por linhas tortas”. Foi, sem dúvida, uma ajuda providencial para desmascarar Lula e o PT. O maquiavelismo de João Saldanha – quem diria?- tropeçou nas próprias pernas.           

    Na manifestação programada para domingo, dia 13, é bom ter em mente o seguinte: ou você vai, ou ela fica. Até lá! 

    gastaoreis@smart30.com.br // ou gastaoreis2@gmail.com

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