• Mais de 18% dos jovens já experimentaram cigarro

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  • 29/08/2016 12:00

    Nesta segunda-feira é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo, hábito responsável por causar diversas doenças e diminuir a expectativa de vida da população. Apesar dos esforços realizados pelo Ministério da Saúde, um estudo recente do órgão mostrou que 18,5% dos adolescentes de 12 a 17 anos já tiveram contato com o cigarro, o que mostra que esse público está mais suscetível a desenvolver graves doenças, como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). No Brasil, aproximadamente 10,8% da população é fumante. A maior incidência ocorre em pessoas de 45 aos 64 anos. Estudos apontam que os homens fumam mais, porém esse número vem diminuindo a cada ano, já o de mulheres está aumentando.

    No mundo, estima-se que morram cerca de 6 milhões de pessoas a cada ano por doenças relacionadas ao tabaco. Dessas, aproximadamente 600 mil eram fumantes passivas.

    Já aqui no país, cerca de 200 mil brasileiros morrem precocemente devido às doenças causadas pelo tabagismo, uma média de 23 óbitos por hora. Apesar disso, no Brasil, como resultado das importantes ações desenvolvidas de controle do tabaco, a prevalência de tabagismo vem diminuindo ao longo dos anos. Em 1989, o percentual de fumantes de 18 anos ou mais no país era de 34,8%. Já em 2013, de acordo com pesquisa mais recente para essa mesma faixa etária em áreas urbanas e rurais, esse número caiu para 14,7% (PNS, 2013). Nos últimos 9 anos o número de fumantes caiu 30,7% (Vigitel 2014), hoje é de aproximadamente 10,8 % da população.


    Tabagismo é considerado pandemia pela OMS


    O tabagismo é considerado uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a maior causa de morte evitável. “No Brasil, o mau hábito é responsável por 25% das mortes por angina e infarto do miocárdio; 45% das mortes por infarto agudo do miocárdio (abaixo de 65 anos); 85% das mortes por bronquite crônica e enfisema pulmonar; 90% dos casos de câncer no pulmão (entre os restantes, 1/3 é de fumantes passivos) e 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia). Além de estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, o tabagismo também é um fator importante de risco para o desenvolvimento de outras doenças, tais como – tuberculose, infecções respiratórias, úlcera gastrintestinal, impotência sexual, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, entre outras doenças”, disse a coordenadora do Programa Municipal de Controle de Tabagismo da Secretaria de Saúde, Lilian Bastos Ottero.


    Petrópolis oferece tratamento para quem deseja parar de fumar 

    Em Petrópolis, a Secretaria de Saúde oferece tratamento gratuito para quem deseja parar de fumar. Os locais que disponibilizam o serviço são o Instituto da Mulher, da Criança e do Adolescente (Centro de Saúde), Centro de Saúde Dr. Jorge Ferreira Machado – Itamarati e UBS Cascatinha. “A Secretaria Municipal de Saúde de Petrópolis realiza ações de prevenção e tratamento desde o ano de 2000. Até o momento, 4.732 pacientes já passaram pelo programa e, desses, aproximadamente 60% dos pacientes param de fumar ao final do tratamento”, salientou Lilian. 



    Tema da campanha de conscientização de 2016 já foi escolhido

    O tema escolhido para a comemoração deste ano é: "#MostreAtitude: sem o cigarro sua vida ganha mais saúde". A intenção é aproveitar o momento de valorização do esporte no Brasil devido aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, por isso o tema das ações este ano é relacionado ao esporte. A prática de atividade física é um importante fator de proteção para diversas doenças, em especial as crônicas não transmissíveis, como o câncer. “A associação desse tema com o controle do tabaco pode potencializar o alcance dos seguintes objetivos: Prevenção da iniciação – o esporte pode manter os jovens longe do tabaco pela preocupação em manter a boa saúde e por favorecer a socialização, apoio à cessação- a prática de atividade física é uma aliada importante no processo da cessação do tabagismo, promoção de ambientes livres de fumaça do tabaco- disseminar a ideia de incoerência do uso de tabaco em locais utilizados para prática de esportes, assim como reforçar a implementação da legislação nacional sobre ambientes livres de fumo”, avaliou a especialista.



    Cerca de 100 mil adolescentes começam a fumar no mundo, segundo dados do Banco Mundial

    A campanha tem como foco o público jovem e adulto (aproximadamente de 13 a 35 anos), de ambos os sexos, fumante ou não. A opção por focar no público jovem é parte da estratégia para prevenir a experimentação e a iniciação, que ocorre principalmente entre adolescentes e jovens, aproximadamente dos 13 aos 25 anos. O tabagismo também é uma doença pediátrica, pois 90% dos fumantes começam a fumar antes dos 19 anos, sendo 15 a idade média de iniciação. Incentivados por propagandas e outras estratégias de marketing que visam facilitar o acesso aos produtos de tabaco, a cada dia cerca de 100 mil adolescentes começam a fumar no mundo, segundo dados do Banco Mundial.


    Saiba como a nicotina funciona no organismo 

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o tabagismo como a dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco, seja cigarro, cigarrilha, charuto, cachimbo, cigarro de palha, fumo de rolo ou narguilé. Após ser absorvida, a nicotina atinge o cérebro, levando de 7 a 19 segundos, liberando substâncias químicas para a corrente sanguínea que dão uma sensação de prazer e bem-estar. 

    “Essa sensação faz com que os fumantes usem o cigarro várias vezes ao dia. Por sentir prazer, o fumante busca o cigarro em situações de estresse, para 'relaxar'. Já em relação ao desempenho do praticante de esporte, cabe esclarecer que o cigarro tem cerca de 4.720 substâncias e existem três delas que comprometem muito o desempenho físico: nicotina, que diminui o tamanho das artérias, responsáveis em levar o sangue até o músculo, gerando um desempenho muscular bem menor, além de aumentar os batimentos cardíacos; o alcatrão, que diminui a elasticidade do pulmão; e o monóxido de carbono, que compete com o oxigênio, por isso que o indivíduo que fuma possui falta de ar com frequência”, explicou Lilian.


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