• Mães unidas para dar novo sentido à vida

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  • 14/12/2019 10:50

    Elas perderam os seus filhos, mas continuam sendo mães. Para muitas pessoas é como se a maternidade delas tivesse sido interrompida, mas ela não se enxergam dessa forma, se enxergam como mãe de anjos e se unem para ajudar na difícil tarefa de entender a morte de um filho, através do grupo Mães da Esperança. 

    Ao todo, oito mães participam do grupo que se reúnem há quatro meses, em encontros marcados pela saudade, mas também por sorrisos. “O que nos aproximou foram as tragédias que aconteceram nas nossas vidas. Todas perdemos filhos, mas a gente se encontra para se divertir, as pessoas acham que ficamos só de baixo-astral, mas a gente chora, mas também sorrimos, conversamos e colorimos. Acreditamos que temos um propósito, e precisamos então encher as nossas vidas de coisas boas para prosseguir, só que não conseguimos isso sozinhos”, contou Andréa Kreischer, que perdeu duas filhas, Helena, há 17 anos, e Natajsha, há dois anos e quatro meses.

    O apoio da família e pessoas queridas é muito importante, assim como a vivência do luto. É preciso que cada mãe sinta o que precisa sentir, sem cobranças sociais. “Não tem não tem dor maior do que a de perder um filho, no início é muito difícil, mas compartilhando com outras mães, que entendem o que você está passando e sentindo, ajuda a aprender a viver com isso”, disse Teresa Cristina, mãe da anjo, Priscila há um ano e quatro meses.

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    Próximos ao Natal, em uma data tão associada a família, as lembranças invadem os pensamentos dessas mulheres, mas desde que os encontros começaram, na casa de Rosa Müller, as reuniões se tornaram uma verdadeira terapia conjunta, marcada por centenas de lápis de cor e de livros para colorir, cada uma da sua forma, a dor e a saudade que sentem.

    “O colorir faz parte da minha vida há muito tempo, eu ganhei diversos livros da minha filha que partiu. Já passei dois Natais colorindo e essa foi a minha forma de superar”, contou Rosa, que perdeu a filha, Flora, há três anos. “Nós nos identificamos uma com a outra, partilhamos da mesma dor e quando estamos juntas eu não me sinto uma coitadinha, porque a gente percebe na sociedade aquele olhar que diz ‘olha aquela é a mãe da menina que caiu’”, lamenta Rosa.

    Elas relatam, que desde que perderam seus filhos, a forma são enxergadas foi transformada, como se tivessem perdido suas características únicas e precisassem a todo tempo serem protegidas. “O principal objetivo é não perdermos a nossa identidade, porque começamos a ser apontada como ‘aquela mãe que perdeu o filho’, mas nós continuamos sendo nós mesmas, nós temos um nome, continuamos sendo as mesmas pessoas. E é claro que a família fica desfalcada, para sempre, mas o que queremos, é mostrar, não só para as mães, mas para os pais, irmãos, e até amigos, que é possível seguir em frente”, disse Teresa Cristina.

    Para as mães, pais, irmãos e amigos, que queiram conhecer o grupo, o contato pode ser feito através dos telefones: (24) 999790313 – Andréa / (24) 993951593 – Teresa Cristina. O grupo também pode ser encontrado através da página no Facebook: Mães da Esperança Petrópolis.

    Lápis de cor e desenhos para iluminar o dias e as esperanças do grupo.

     

     

     

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