• Má alimentação pode prejudicar gravemente a saúde do seu pet

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  • 19/04/2018 16:40

    Quem tem animal de estimação sabe o quanto é difícil resistir as artimanhas de fofuras e travessuras que eles usam para conseguir ganhar mais um petisco ou um pouco mais de ração na hora das refeições. Ou até quando ele insiste naquele restinho do jantar que ficou no prato, e o tutor acaba cedendo e misturando na ração, com a desculpa de “dar um gostinho diferente” no alimento. Hábitos que parecem inofensivos, mas que, em excesso, podem prejudicar o peso corporal e, principalmente, a saúde do animal. Em uma pesquisa divulgada durante o Congresso Royal Canin, estima que, pelo menos, 59% dos cães e 52% dos gatos em todo mundo estejam acima do peso. 

    A pesquisa foi feita com 5.309 animais de estimação do Brasil, China, Rússia, Reino Unido e Estado Unidos, entre janeiro e fevereiro deste ano. A pesquisa relevou que 24% dos tutores de cães descrevem seu animal de estimação com excesso de peso. Ao mesmo tempo, 64% admitiram que o gato ou o cão apresenta ao menos um sinal de estar fora de forma, como não ser possível sentir as costelas ou precisar afrouxar a coleira. 

    Dos tutores destes animais, 54% contaram que cedem aos apelos dos pets e oferecem mais alimentos quando eles pedem por isso. 22% admitiram que muitas vezes oferecem alimento em excesso aos seus animais de estimação para mantê-los felizes. Apenas 20% medem a quantidade de alimento que oferecem aos pets. E 87% dos tutores entrevistados dão a eles a quantidade que eles acham que o animal precisa em cada refeição. 

    A médica veterinária Priscila Mesiano, da Clínica Amigo Bicho, explicou que a falta de estímulo é outro fator que contribui para que animal tenha excesso de peso. “É importante que o proprietário tenha o hábito de passear com o cão, principalmente, aquele que vive em apartamento. Mesmo que sejam em dias alternados. Os felinos, que são extremamente sedentários, precisam de um enriquecimento no ambiente em que vivem para que tenham alternativas para fazer exercícios. As atividades para cães e gatos proporcionam um ganho psicológico e beneficio físico para o animal”. 

    Algumas raças de cães tem mais facilidade para ganhar peso são elas: labradores, basset hounds, beagles, cocker spaniel, golden retriever, pugs, bulldogs, terra-nova, boxer, rottweiler. Já os felinos, a médica veterinária explica que todas as raças tem tendência a obesidade. Segundo ela, a questão é o manejo que o tutor deve ter dentro de casa com as atividades físicas e a alimentação. “É muito importante que o gato mantenha uma dieta úmida, esse tipo de alimentação vai ajudá-lo a manter a forma”, completou. 

    Assim como nos humanos, o excesso de peso é prejudicial a saúde. “Geram problemas cardiorrespiratórios, por conta do acumulo de gordura na caixa torácica, intolerância ao calor, ao exercício físico. O animal obeso fica exposto a mais riscos ao ser anestesiado. Pode ter problemas articulares, problemas endocrinológicos, risco de diabetes e problemas de pele, devido as dobras”, explicou Priscila. 

    A pesquisa também revelou, que nem todos os tutores se preocupam em cuidar do peso do pet. Dos entrevistados 40% não sabiam o quanto o gato ou cão pesam e 22% disseram que nunca os pesaram. Mas em casa, o tutor pode identificar se o animal está com sobrepeso. “Apalpe a lateral do corpo do animal, passando a mão nas costelas. Se não conseguir senti-las é sinal de que o cão está com sobrepeso. Na dúvida o animal deve ser levado ao veterinário para que ele faça o cálculo escore corporal, para medir o percentual de gordura. O especialista irá orientar a dieta e o manejo do animal”, disse. 

    Ainda segundo Priscila, somente um especialista pode indicar as rações específicas e dietas naturais para que o animal perca peso. Por isso, nada de fazer dietas malucas e deixar o animal com fome. “O médico veterinário é a pessoa mais indicada para indicar a alimentação e rotina de exercícios e brincadeiras dentro de casa que podem ajudar o pet a perder peso. Como aquelas brincadeiras com a bolinha que a pessoa coloca alimentação dentro, e conforme o animal brinca a comidinha vai caindo de dentro da bolinha. Esses desafios são ótimos estimulantes mentais. Também é importante garantir que o animal beba bastante água para a manutenção renal”, disse. 

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