• Longevidade de cães requer cuidados especiais

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  • 31/03/2016 13:45

    De acordo com alguns estudos científicos, a longevidade dos cães está aumentando. Antigamente, a expectativa de vida para cachorros de raça era de, aproximadamente, 7 a 9 anos. Porém, devido a fatores como mudanças alimentares, cuidados veterinários frequentes, vacinações, além de medidas preventivas contra doenças, esses animais vivem mais tempo e com mais qualidade de vida.

    Saber quando um cão é idoso depende da raça, mas, em média, a partir de oito anos o animal já ultrapassa a meia idade. As principais doenças que acometem os cachorros nesse período são problemas articulares, como artroses, bicos de papagaio, catarata, diabetes, tártaros, tumores, insuficiência renal, incontinência urinária, doenças cardíacas, dentre outras.

    A médica veterinária Priscila Mesiano, da clínica Amigo Bicho, explica que todas as doenças citadas possuem tratamentos específicos e controle. “A idade requer mais atenção e empenho do proprietário, pois um organismo mais velho tende a responder mais lentamente”, alerta. Por isso, é muito importante aumentar o número de visitas ao veterinário e a realização de exames periódicos no animal para, no mínimo, a cada seis meses. 

    “Sintomas como dificuldades de locomoção, para sentar e levantar, cansaço, tosse, língua roxa, cegueira, mau hálito, surdez, beber muita água e fazer muito xixi também devem ser comunicados ao profissional”, diz Priscila. E para amenizar tais sintomas, existem várias formas de oferecer conforto ao cão por meio de cama macia, aquecimento e vasilhas suspensas para ele não ter que se abaixar para comer e beber, além de adotar o uso de rações sênior.

    Outro hábito muito comum nessa faixa etária é o bicho ficar só deitado. Para a médica veterinária, é preciso descobrir o motivo. “É necessário avaliar clinicamente para saber se ele está com dor, se tem artrose, etc. Por meio de exames complementares é possível determinar o tratamento que pode ir de anti-inflamatórios e analgésicos a sessões de acupuntura e fisioterapia".

    A weimaraner Elka Regina nasceu em 2 de fevereiro 1999 e foi adotada por Suzane Aparecida dos Santos. De temperamento dócil, Elka nunca deu trabalho a Suzane e sempre teve todos os cuidados médicos necessários para uma vida saudável. "Para evitar problemas, sua alimentação desde pequena é à base da ração e frutas. Nunca dei nada com altas doses de sódio para não causar problemas em seu organismo".

    Hoje, aos 17 anos, Elka tem alguns problemas de saúde. Todos justificáveis, já que para um cão chegar a essa idade não é muito comum, ainda mais sendo de raça. A velhice lhe diminuiu a audição e a visão, além da redução de apetite. "Como seus órgãos também não funcionam como antes, ela teve uma pré-torção gástrica e foi submetida a uma cirurgia às pressas para poder tirar o ar de dentro do estômago. Com isso, os cuidados que já tinha com a Elka foram redobrados, pois durante um período tive que mudar sua alimentação, além da parte medicamentosa orientada pelo médico", conta Suzane.

    Os cuidados com a weimaraner na velhice são básicos como vacinação, prevenção de pulgas, carrapatos e mosquitos e alimentação adequada. Ela toma doses de medicamentos geriátricos à base de cálcio e vitaminas para ajudá-la a não perder a força nos membros. Apesar da idade avançada, Elka continua carinhosa e não perdeu nem um pouco seu brilho e alegria! 

    Para concluir, a veterinária Priscila ressalta que diferentemente do que muitos imaginam, o fato de se ter um cão idoso e portador de doença crônica (com tratamento contínuo), não justifica a intenção de alguns donos por optar pelo sacrifício do animal. “A eutanásia só é pensada em casos onde já foi realizado todo tipo de tratamento, sem obtenção de respostas, deixando-o em estado de pleno sofrimento. Porém, infelizmente grande parte dos proprietários recorre ao procedimento nas clínicas, apenas devido aos antigos companheiros darem mais trabalho, não tomarem mais conta da casa ou precisarem de mais atenção, já que na visão deles o bicho de estimação perdeu a ‘utilidade’. Sendo assim, cabe ao veterinário distinguir a situação, respeitando acima de tudo a vida”, esclarece.

    É válido destacar que nenhum animal é descartável. Todos devem ser cuidados independente da raça, idade ou problemas que apresentem. A adoção ou compra de um animal é um passo importante e requer que a pessoa pense em todas as consequências dessa ação, pois, como visto, o seu pet irá acompanhá-lo por um longo tempo.


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