• Livro sobre a vida de Princesa Isabel apresenta fotos e dados inéditos

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  • 28/09/2019 15:55

    Herdeira do trono do Império do Brasil, filha do Imperador Dom Pedro II, esposa, mãe, católica praticante, culta e preparada para governar são algumas das caraterísticas da Princesa Isabel que os historiadores Bruno da Silva Antunes de Cerqueira e Maria de Fatima Moraes Argon procuram apresentar no livro “Alegrias e Tristezas”. O lançamento do livro, ocorrido na noite de ontem, não poderia ter outro local senão a casa da Princesa, situado na esquina da Avenida Koeler com a Rua 13 de Maio e a poucos metros do Palácio Imperial, casa de seu pai, o Imperador Dom Pedro II e sede do Império quando ele estava em Petrópolis. 

    A solenidade de lançamento reuniu diversas personalidades da cidade e de outras regiões do país e todos comungavam do mesmo interesse, a história da Princesa do Brasil. Para o historiador, advogado e indigenista da Funai, Bruno Cerqueira, após 120 anos da República “a historiografia tem que revisitar a história do Império brasileiro e de seus personagens”. 

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    Com 888 páginas e cerca de 74 imagens, com fotos inéditas, como a Princesa Isabel no leito de morte, o livro apresenta dados importantes sobre sua vida. O livro conta ainda com texto de Dom Pedro Carlos Orleans e Bragança, onde fala sobre o trauma do exílio e outro texto do bispo de Petrópolis, Dom Gregório Paixão, OSB, com o título Entre o Céu e a Terra. O prefácio é da professora Teresa Malatian. 

    A Princesa Isabel estava preparada para assumir o trono brasileiro como fez em vários momentos quando esteve a frente do governo na ausência de seu pai, afirmam os autores do livro. A historiadora e arquivista, Fátima Argon lembra que, como era comum na sociedade daquele período, as mulheres não tinham voz e por isso, muitos não vinham a Princesa com os atributos necessários para governar o país. Bruno Cerqueira lembra que era muito comum em todos os impérios, que o filho homem, independente se era o primogênito ou não, sempre tinha preferência para assumir o trono mesmo que o mais velho fosse uma mulher. 

    Isabel, segundo os dois historiadores, somente ficou como herdeira do trono brasileiro devido a morte de seus irmãos: um mais velho e outro mais novo. “É importante ressaltar que, quando o seu irmão mais novo nasceu, Isabel perdeu o direito ao trono, sendo ele quem deveria governar, como era costume da época em todo mundo, que o filho homem é quem devia assumir o trono. Mas, como seu irmão mais novo também morreu, ela então se torna herdeira e os políticos da época e muitos que viviam na corte não a via como uma pessoa preparada para governar e um dos motivos é pelo fato dela ser mulher”, comentou Fátima Argon. 

    O livro, mesmo sendo escrito em duas mãos, teve o trabalho dividido entre eles. Fátima Argon se dedicou as cartas da Princesa Isabel e aquelas que trocou com várias pessoas. Já Bruno Cerqueira fez uma análise de 17 autores, analisando o que eles escreveram, com uma leitura crítica e apontando o que de fato aconteceu na vida de Isabel. Ambos os trabalhos tiveram acesso a documentos, fontes originais e o que dá ao livro uma riqueza grande de informações contribuindo para corrigir erros históricos e da personalidade da Princesa que foram passados as gerações futuras após a proclamação da República. “Infelizmente muitos erros ou dados manipulados foram parar em livros didáticos”, comentou a historiadora. 

    Além dados sobre a vida da Princesa, fotos e outras imagens, o livro apresenta uma cronologia de fatos ligados a Dona Isabel que tem início antes e depois de seu nascimento e termina nos dias atuais. Os historiadores disseram que um dos objetivos da cronologia é mostrar como o legado dela ainda é presente e destacam por exemplo o grande número de títulos que a Princesa concedeu, desmistificando a ideia “como muitos historiadores falam” que os títulos foram concedidos pelo seu pai. 

     

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